Ceticismo

Olá queridos colegas e estudantes,
Vamos discutir aqui acerca da escola cética. A palavra cético vem do grego σκέπτομαι (skepomai), que significa observar, investigar. Assim na obra de Sexto Empírico Hipotiposis Pirrônicas é dito que há três tipos de filósofos: 1) os dogmáticos, que dizem ter encontrado a verdade; 2) os acatalépticos, que afirmam ser impossível encontrá-la; 3) e os céticos, que dizem ainda estar á sua procura.
Para os céticos a acatalepsia equivaleria a uma postura dogmática, visto que dizer ser impossível encontrar-se a verdade é dizerque ela já foi encontrada. Contra essa vertente, encontrada sobretudo entre os seguidores da Academia Platônica, se voltam os céticos. Esses preconizam o ideal da ataraxia αταραξία, um estado de alma oriundo da epoqué εποχη , ou seja, da suspensão do juízo que não deseja nem afirmar um lado mais do que outro, por serem ambos igualmente plausíveis. Desse modo, a postura cética exige uma equipolência: todos os pólos acabam se equivalendo, por isso não posso tender mais para um lado do que para outro.
O ceticismo pirrônico permaneceu desconhecido na Idade Média. Ele parece ter sido redescoberto no século XIV com as primeiras traduções de Sexto Empírico. Conhecemos o impacto forte que essa escola teve na Filosofia francesa a partir do século XVI, principalmente com a obra de Michel de Montaigne e Pierre Charron, e Erasmo na Holanda. No século XVII ele se torna extremamente conhecido com a famosa dúvida metódica de Descartes, que é na verdade, uma arma dos céticos usada contra eles. Outro grande pensador cético do século XVII é Blaise Pascal.
Desde a reabertura do ceticismo no mundo europeu que ele vem ganhando notoriedade nas investigações filosóficas. Um famoso historiador do ceticismo filosófico, Richard Popkin, diz que todo filósofo para o sê-lo precisa começar, ao menos, como cético.
Mas já falei demais!

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