O coronelismo e a política dos governadores

Autor: Ademilson Marques de Oliveira

A historiografia brasileira relata grandes eventos ocorridos a partir dos anos de 1890, com o nascimento da República Velha até o fim da política do Café com Leite, por volta de 1930.  Será como estavam relacionados o coronelismo e a política dos governadores? Como este arranjo garantia o domínio político das oligarquias agrárias?

A partir do ano de 1889, com o início da República Velha, também conhecida como República da Espada, iniciou-se no Brasil um período marcado por governantes, membros do Exército Brasileiro. 

O primeiro presidente foi Marechal Deodoro da Fonseca que governou provisoriamente entre 1889 a 1891.

Neste governo identificam-se as seguintes ações:

Expulsão da Família Real, Separação da Igreja do Estado, Instituição do registro e casamento civil e a Criação da Constituição de 1891.

Na nova Constituição ficou assegurado o Sufrágio Universal e o Federalismo. Deodoro foi eleito indiretamente.

Entretanto, a crise tomou conta no governo de Deodoro. Ela gerou: Conflitos e fechamento do Congresso, Revolta da Armada (marinha), entre outras. Assim, diante dos fatos, o presidente renuncia do cargo.  

Posteriormente, o vice, Marechal Floriano Peixoto, assume o comando. Com mão de ferro governou entre 1891 a 1894. Reprimiu com violência os movimentos contrários a República.
Porém, após a segunda Revolta da Armada, ou seja, a Revolta Federalista do RS, Floriano Peixoto entregou o poder para os civis. Foi assim que surgiu o modelo político: “café com leite”, (oligarquia).

Portanto, o Brasil passou a ser governado por presidentes paulistas ou mineiros. Nasce então, a Política dos Governadores, a tão conhecida troca de favores, ou seja, o Coronelismo: fazendeiro que influencia uma região. Assim, nasceu o popular voto do cabresto. Era a obrigação de votar no candidato apoiado pelo coronel.

Entre 1894 a 1898, o país foi governado pelo presidente, Prudente de Morais. Ele concedeu anistia aos rebeldes federalistas. Também, registra-se a ocorrência do massacre dos sertanejos, ligados a Guerra de Canudos.

Em 1898, Campos Sales alcança o poder. Governou até 1902. Ele, de certa forma organizou as finanças do país, reforçou o apoio do Governo Federal aos governadores, senadores e deputados dos Estados, nos casos em que os governadores concedessem sustentação integral ao presidente.

Já o Presidente, Rodrigues Alves governou entre 1992 a 1906. Na sua administração ocorreu à modernização do Rio de Janeiro, comprou o Acre e construiu a Ferrovia Madeira-Mamoré, adotou a política de valorização do café, comprando os excedentes.

De 1906 a 1909 foi Presidente, Afonso Pena. Este acelerou o processo de imigração.
No governo do Presidente, Nilo de Peçanha nos anos de 1909 a 1910 foi criado o serviço de proteção aos Índios – atualmente representado pela FUNAI.

Já entre 1910 a 1914, no governo do Presidente, Hermes da Fonseca, destaca-se a Revolta da Chibata, (levante da marinha), contra os castigos.

O Presidente, Venceslau Brás que administrou o país entre 1914 a 1918 encontrou forte tensão devido à primeira guerra mundial. No mês de outubro de 1917, o Brasil declara guerra à Alemanha. Além disso, registra-se o surto de gripe espanhola.

Epitácio Pessoa foi presidente do país entre 1919 a 1922. Em seu governo ocorreu a Revolta do Forte de Copacabana. Movimento dos Militares, (Tenentismo).

Por outro lado, o Presidente, Artur Bernardes governou entre 1922 a 1926. Ele governou sobestado de sítio. Destaca-se a Revolução liberal (1923 – RS) e a Revolução Tenentista (1924). Elas ocuparam a capital paulista por quase um mês.

Entre 1926 a 1930, o Presidente, Washington Luís esteve à frente do Poder Executivo Brasileiro. Seu lema era “Governar é abrir estradas”. Este período foi marcado pela crise do café e a dissolução da política do café com leite.

Diante dos fatos, percebe-se que a política dos governadores estava relacionada com o coronelismo, devido o corporativismo entre os grupos dominantes do país naquela ocasião. Época em que os coronéis escreviam sua história a “bala” (munições). Foi o período de forte desrespeito aos direitos humanos e políticos. Foi através de práticas violentas e cruéis que garantiram o domínio político das oligarquias agrárias no contexto político-econômico-social do período representado pela “Era Café com Leite”, composta pelo revezamento entre políticos de Minas Gerais e de São Paulo.

Fonte:
CORRÊA, R. A. História do Brasil III. Batatais: Claretiano, 2011.


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