O Império Carolíngio

Autor: Ademilson Marques de Oliveira

Segundo a historiografia o Império Carolíngio foi a principal organização política da Alta Idade Média. A Dinastia Carolíngia formalizou um novo modo de legitimação do poder real, reconstituído sobre outras bases a centralidade política-administrativa no Ocidente. Além disso, foi inovadora na divulgação das tradições culturais. Será como que aconteceu o processo de formação do Império Carolíngio? Quais as características desse importante Império? Ele foi importante quanto à manutenção da Cristandade Ocidental? 

Com a morte de Pepino de Herstal, Carlos Martel, filho abastado de Pepino, assumiu o cargo de prefeito do palácio. Para alguns historiadores, ele “martelou as revoltas neustrasianas e suprimiu a independência dos frísios e dos alamanos, assim como a dos borgonheses e dos provençais”. 

Posteriormente, o filho de Carlos Martel, Pepino, o Breve, assumiu o poder ao suceder seu pai, em 741. Este obteve o apoio da Igreja Católica à sua pretensão de aclamar-se rei. Acabou com o último reinado do rei merovíngio – Childerico III - que ocupou o poder, iniciando assim uma nova dinastia, a dinastia Carolíngia. Em seu reinado, ajudou o papa em sua luta contra os lombardos no norte da Itália e após vencê-los, doou ao papado todas as terras conquistadas. Essas terras passaram a ser denominadas como Patrimônio da São Pedro. Assim, consolidava a aliança entre o Estado Franco e a Igreja Católica.

Após Pepino, o Breve, assumiu o poder seu filho Carlos Magno, que apoiado pela Igreja, teve seu longo governo, de quase meio século, marcado por inúmeras realizações. Fomentou guerras de conquistas dando origem ao Império Carolíngio, que compreendia os atuais territórios de França, Bélgica, Luxemburgo, Holanda, Alemanha, parte da península Ibérica, Áustria, Iugoslávia, Suíça e Itália. A Igreja Católica reconheceu a existência de um novo Império do Ocidente. No dia de Natal do ano de 800, na Basílica de São Pedro, Carlos Magno foi coroado imperador pelo papa Leão III.

Carlos Magno organizou a administração dividindo o Império em: 

Contados: territórios do interior, governado por condes;
Ducados: territórios das fronteiras, governados por duques;
Marcas: territórios mais vulneráveis das fronteiras, governados por marqueses.

Visando regular e fiscalizar as atribuições de seus súditos, expediu diversas leis, e para garantir a boa execução das mesmas, mandava emissários – os missi dominici – percorrer com o objetivo de fiscalização das províncias.

No campo cultural, o imperador fundou bastantes escolas, onde eram estudadas gramáticas, retórica, ortografia e música. Também, construiu importantes monumentos religiosos como a Igreja de São Vital, em Ravena. Neste contexto, as artes se destacaram tanto que se costumam falar num “Renascimento Carolíngio”.

Referências Bibliográficas:
ORDOÑEZ, Marlene. QUEVEDO, Júlio. História. São Paulo: IBEP, 1996.
BOVO, C. R.; RODRIGUES, R. C. B. História Medieval I. Batatais: Claretiano, 2013.

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