Uma Reflexão sobre: Psicanálise, Fantasias Sádicas, Ética e Sublimação

  Autor: Ademilson Marques de Oliveira

A Psicanálise é uma área do conhecimento que estuda aquilo que está além da consciência, a metaconsciencia, ou seja, o que Freud chamou de inconsciente. A luz desse edifício do conhecimento, segundo a orientação do livro de Ética na Psicanálise, do professor Omar Peres, (2017), o que se entendem por fantasias sádicas e ética e sublimação?

Para Peres, a experiência ética do trabalho analítico, consiste em confrontar o sujeito do sintoma com o impossível do gozo. A satisfação absoluta do impossível do gozo poderia ser entendida como uma ilusão de reencontro com o objeto perdido deste sempre. Portanto, a questão toda não está na especificidade do objeto e sim na satisfação pulsional do sujeito.

Cottet, em 1999, p.152, diz o seguinte:

“A psicanálise não poderia preconizar nenhum “gozo sem limites, como temos visto, pois é preciso a limitação do prazer, o que permite ao sujeito aceder ao gozo. Mas que sua renúncia ao gozo desencadeie o exercício de uma crueldade contra si próprio, eis justamente o paradoxo que Freud, e depois Lacan, levaram em consideração para justificar a busca de uma ética do desejo”.

O sujeito do sujeito do desejo enquanto ser sexuado demanda um erotismo na experiência ética, no sentido de ter que se haver com as suas zonas erógenas. Isso acontece por meio da imaginação e da articulação simbólica, através da elaboração de uma fantasia. Ressalta-se que, a fantasia sádica nos apresenta claramente uma relação com o objeto do desejo em que o prazer pode ser realizado de todos os modos possíveis e impossíveis sem que o objeto perca sua beleza.

Para a Psicanálise, o sujeito sustenta seu desejo através da rearticulação significante no simbólico e no imaginário, por meio do mecanismo da sublimação. Para Lacan, a sublimação não faz desaparecer o objeto sexual.

Por outro lado, Freud em conformidade com Lacan, entende que a sublimação é pautada pela possibilidade de substituir o objeto da pulsão, que a rigor não tem objeto e, portanto, não está necessariamente fixada a nenhum em particular.

Na ética da psicanálise, enquanto experiência de análise, não há exemplos a ser seguido, não existe certeza de que aquilo que o sujeito estiver fazendo é realmente a coisa correta a ser feita. Portanto, Lacan, garante que não há garantia no Outro.

Fonte:

Perez, Daniel Omar. Ética da psicanálise. Vitória: Universidade Federal do Espírito Santo, Secretaria de Ensino a Distância, 2017.
 

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