Autor: Ademilson Marques de Oliveira
Para Hegel, a ética está ligada as instituições políticas. É no meio público que o sujeito se insere em um conjunto de obrigações. Já em relação a moral, ele fala que, neste caso, o cidadão está incumbido de dever. Para ele, a moral aparece como lei, determinando o que pode e o que não pode ser feito pelo sujeito. Logo, a noção de eticidade em Hegel implica no conjunto de instituições sociais e políticas que unicamente pode assegurar a efetivação do bem, segundo um acordo público que lhe dão os membros de uma comunidade política.
A distinção entre ética e moral é um tema central na filosofia de Hegel. Enquanto muitas vezes usados como sinônimos, para o filósofo alemão esses dois conceitos possuem significados distintos e complementares. Para compreender essa distinção, é necessário mergulhar no pensamento hegeliano e explorar os pontos de convergência e divergência entre ética e moral.
Em primeiro lugar, é importante destacar que Hegel considera a ética como algo que está ligado às instituições políticas, ou seja, às comunidades. Para ele, a ética não se limita apenas ao indivíduo, mas está inserida em um contexto mais amplo, que envolve as relações sociais, as normas e os valores compartilhados por um grupo de pessoas. É no meio público, onde as interações entre os indivíduos se desenvolvem, que a ética se manifesta.
Por outro lado, a moral, segundo Hegel, está relacionada ao dever. Neste caso, o cidadão é incumbido de seguir determinadas normas e princípios que regem o seu comportamento. Para o filósofo, a moral aparece como uma lei, que determina o que é certo e o que é errado, o que pode e o que não pode ser feito pelo sujeito. Assim, a moral se apresenta como um conjunto de regras que orientam as ações dos indivíduos, pautadas em princípios universais e inquestionáveis.
Essa distinção entre ética e moral é fundamental para a compreensão da noção de eticidade em Hegel. Para o filósofo, a eticidade implica no conjunto de instituições sociais e políticas que são responsáveis por assegurar a efetivação do bem comum. É por meio do acordo público dos membros de uma comunidade política que a ética se concretiza, garantindo a harmonia e a justiça nas relações sociais.
É importante ressaltar que, para Hegel, a ética e a moral não se excluem, mas se complementam. Enquanto a ética está mais relacionada às questões coletivas, às instituições e aos valores compartilhados pela sociedade, a moral se refere às normas e deveres individuais. Ambas têm um papel essencial na formação da consciência ética dos cidadãos, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e ética. Além disso, Hegel também destaca a importância da liberdade na discussão entre ética e moral.
Para o filósofo, a liberdade é um elemento essencial na busca pelo bem comum e pela realização ética do sujeito. Através do exercício da liberdade, os indivíduos podem agir de acordo com suas convicções éticas e morais, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e solidária.
Em resumo, a distinção entre ética e moral em Hegel está relacionada às esferas coletiva e individual da vida humana. Enquanto a ética se refere às instituições políticas e sociais que regem as relações entre os membros de uma comunidade, a moral está ligada aos deveres e responsabilidades individuais. Ambas são fundamentais para a construção de uma sociedade justa e ética, onde o bem comum e a liberdade são valores essenciais.
Portanto, ao refletir sobre a distinção entre ética e moral em Hegel, é possível compreender a importância do diálogo entre o público e o privado, o coletivo e o individual, na busca pela realização ética do sujeito e da sociedade como um todo. Hegel nos convida a pensar de forma mais ampla e profunda sobre as questões éticas e morais que permeiam as nossas vidas, contribuindo para uma reflexão mais consciente e responsável sobre as nossas ações e escolhas.
