sábado, 20 de junho de 2015

A distinção entre ética e moral em Hegel

 Autor: Ademilson Marques de Oliveira

Para Hegel, a ética está ligada as instituições políticas. É no meio público que o sujeito se insere em um conjunto de obrigações. Já em relação a moral, ele fala que, neste caso, o cidadão está incumbido de dever. Para ele, a moral aparece como lei, determinando o que pode e o que não pode ser feito pelo sujeito. Logo, a noção de eticidade em Hegel implica no conjunto de instituições sociais e políticas que unicamente pode assegurar a efetivação do bem, segundo um acordo público que lhe dão os membros de uma comunidade política. 

A distinção entre ética e moral é um tema central na filosofia de Hegel. Enquanto muitas vezes usados como sinônimos, para o filósofo alemão esses dois conceitos possuem significados distintos e complementares. Para compreender essa distinção, é necessário mergulhar no pensamento hegeliano e explorar os pontos de convergência e divergência entre ética e moral. 

Em primeiro lugar, é importante destacar que Hegel considera a ética como algo que está ligado às instituições políticas, ou seja, às comunidades. Para ele, a ética não se limita apenas ao indivíduo, mas está inserida em um contexto mais amplo, que envolve as relações sociais, as normas e os valores compartilhados por um grupo de pessoas. É no meio público, onde as interações entre os indivíduos se desenvolvem, que a ética se manifesta. 

Por outro lado, a moral, segundo Hegel, está relacionada ao dever. Neste caso, o cidadão é incumbido de seguir determinadas normas e princípios que regem o seu comportamento. Para o filósofo, a moral aparece como uma lei, que determina o que é certo e o que é errado, o que pode e o que não pode ser feito pelo sujeito. Assim, a moral se apresenta como um conjunto de regras que orientam as ações dos indivíduos, pautadas em princípios universais e inquestionáveis. 

Essa distinção entre ética e moral é fundamental para a compreensão da noção de eticidade em Hegel. Para o filósofo, a eticidade implica no conjunto de instituições sociais e políticas que são responsáveis por assegurar a efetivação do bem comum. É por meio do acordo público dos membros de uma comunidade política que a ética se concretiza, garantindo a harmonia e a justiça nas relações sociais. 

É importante ressaltar que, para Hegel, a ética e a moral não se excluem, mas se complementam. Enquanto a ética está mais relacionada às questões coletivas, às instituições e aos valores compartilhados pela sociedade, a moral se refere às normas e deveres individuais. Ambas têm um papel essencial na formação da consciência ética dos cidadãos, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e ética. Além disso, Hegel também destaca a importância da liberdade na discussão entre ética e moral. 

Para o filósofo, a liberdade é um elemento essencial na busca pelo bem comum e pela realização ética do sujeito. Através do exercício da liberdade, os indivíduos podem agir de acordo com suas convicções éticas e morais, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e solidária. 

Em resumo, a distinção entre ética e moral em Hegel está relacionada às esferas coletiva e individual da vida humana. Enquanto a ética se refere às instituições políticas e sociais que regem as relações entre os membros de uma comunidade, a moral está ligada aos deveres e responsabilidades individuais. Ambas são fundamentais para a construção de uma sociedade justa e ética, onde o bem comum e a liberdade são valores essenciais. 

Portanto, ao refletir sobre a distinção entre ética e moral em Hegel, é possível compreender a importância do diálogo entre o público e o privado, o coletivo e o individual, na busca pela realização ética do sujeito e da sociedade como um todo. Hegel nos convida a pensar de forma mais ampla e profunda sobre as questões éticas e morais que permeiam as nossas vidas, contribuindo para uma reflexão mais consciente e responsável sobre as nossas ações e escolhas.

Qual o conceito de autonomia segundo a filosofia Kantiana?

 Autor: Ademilson Marques de Oliveira

Para Kant, a vontade se equivalerá a lei moral em sua forma. O imperativo categórico é representado pela razão. Logo, uma vontade, a qual unicamente a simples forma legislativa pode servir de lei, ou seja, é uma vontade livre.

A autonomia é um conceito fundamental na filosofia kantiana e está relacionada com a capacidade do indivíduo de agir de acordo com uma lei moral que ele mesmo se impõe. Segundo Kant, a autonomia significa a capacidade de autolegislação, ou seja, a capacidade de estabelecer suas próprias regras morais e agir de acordo com elas, sem depender da influência externa. Para entender melhor o conceito de autonomia segundo a filosofia Kantiana, é importante compreender o que ele chama de imperativo categórico. 

Kant defende que a moralidade deve ser baseada em princípios universais que são válidos para todos os indivíduos, independentemente de suas circunstâncias particulares. Esses princípios devem ser estabelecidos pela razão pura, e não por desejos ou interesses pessoais. O imperativo categórico é a expressão do dever moral que se impõe a todos os seres racionais. Ele diz que devemos agir de acordo com aquelas máximas que podem ser universalizadas, ou seja, aquelas ações que seriam aceitáveis se todos agissem da mesma forma em circunstâncias similares. 

Para Kant, a autonomia surge quando somos capazes de agir de acordo com o imperativo categórico, seguindo nossas próprias leis morais, independentemente de qualquer influência externa. Para Kant, a autonomia não significa simplesmente agir de acordo com nossos desejos ou interesses individuais, mas sim seguir a lei moral que é posta pela razão pura. Ele defende que a verdadeira liberdade está na capacidade de agir de acordo com a lei moral que nós mesmos nos impomos, e não na liberdade de escolher entre diferentes opções. A autonomia, portanto, é a capacidade de agir de acordo com os princípios morais que são válidos para todos os seres racionais, sem depender de influências externas.

Segundo Kant, a autonomia é o fundamento da moralidade, pois é somente através dela que podemos agir de forma livre e racional, seguindo as leis morais que nós mesmos estabelecemos. Para alcançar a autonomia, é preciso que o ser humano desenvolva a sua capacidade de raciocínio e reflexão, a fim de estabelecer as suas próprias regras morais e agir de acordo com elas. Isso implica em reconhecer a universalidade das leis morais e agir de acordo com elas, mesmo que isso signifique ir contra os nossos desejos ou interesses pessoais. 

A autonomia, portanto, está intrinsecamente ligada à ideia de responsabilidade moral. Quando agimos de acordo com as leis morais que nós mesmos estabelecemos, somos responsáveis por nossas ações e pelas consequências delas. A autonomia nos torna sujeitos morais, capazes de avaliar as nossas ações à luz da razão e do dever moral. 

Em resumo, o conceito de autonomia segundo a filosofia Kantiana está relacionado com a capacidade do indivíduo de agir de acordo com as leis morais que ele mesmo se impõe, seguindo o imperativo categórico e a razão pura. A autonomia é a base da moralidade, pois é somente através dela que podemos agir de forma livre, racional e responsável, seguindo as leis morais que nós mesmos estabelecemos. É a capacidade de autolegislação que nos torna seres racionais e morais, capazes de agir de acordo com a razão e o dever moral.

Filosofia e Educação: A conexão entre os avanços tecnológicos e os quatros eixos da educação

 Autor: Ademilson Marques de Oliveira

Vivemos em um momento de diversos avanços tecnológicos. Então, será que existe alguma relação da filosofia com os quatros eixos da educação: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver e aprender a ser?

A história da humanidade é marcada por vários momentos em relação aos avanços da sociedade.

Nesta perspectiva histórica atual, com base nos grandes avanços tecnológicos, a filosofia se relaciona com os quatros eixos da educação.

Ao falarmos em aprender a conhecer, entende-se que os primeiros passos para o nosso desenvolvimento bom com o mundo, se dá quando nós nos conhecemos bem, conforme orientação do filósofo grego: Sócrates.

E aprender a fazer? Se relaciona, pois a filosofia nos orienta a está constantemente buscando conhecimentos.

Já ao falarmos em relação no eixo em aprender a viver, podemos afirmar sua relação com a filosofia, por que, ela visa nortear a vivencia de forma ética e em harmonia com a nossa consciência e com a natureza.

E, por fim, a filosofia busca colaborar para a formação de mente autônoma, criativa, reflexiva, então, ela também se relaciona com o eixo da educação, aprender a ser. Em suma, a filosofia está intimamente ligada aos quatros eixos da educação, pois auxilia no desenvolvimento integral do ser humano, estimulando a busca pelo conhecimento, o desenvolvimento de habilidades práticas, a promoção de valores éticos e a formação de uma identidade autônoma e reflexiva. 

Dessa forma, a filosofia se mostra como uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento humano em um mundo em constante transformação tecnológica. A relação da filosofia com os quatros eixos da educação se mostra relevante e necessária para a formação de indivíduos mais conscientes e capacitados para enfrentar os desafios da sociedade contemporânea.

Reflexão Filosófica: O papel do professor de filosofia e a importância da filosofia na escola

 Autor: Ademilson Marques de Oliveira

É comum depararmos com estas expressões: professor de filosofia e filósofo. Será que podemos fazer distinção em relação a estes profissionais? Qual o sentido da filosofia na escola? Penso, que não podemos fazer esta distinção, pois, o professor de filosofia, não deve ser somente aquele que transmite conhecimentos de filósofos clássicos. Ele deve usar os elementos históricos, porém, é importante utilizar a reflexão acerca da realidade atual. Ainda, é de sua responsabilidade desenvolver o pensamento crítico de seus aprendizes. É necessário repensar o pensamento existente! Portanto, ambos, são e devem ser filósofos.

O sentido da filosofia é de contribuir para a formação dos cidadãos, fomentando-os o pensamento crítico, reflexivo. Dessa forma, o professor de filosofia, deverás constantemente utilizar mecanismos visando possibilitar a criatividade de seus educandos, fazendo com que eles gostem da disciplina.

Parta tanto, conclui-se que não é ideal fazer distinção entre professor de filosofia e filósofo.  Ambos desempenham um papel fundamental na formação dos estudantes, promovendo o pensamento crítico, reflexivo e criativo. O ensino da filosofia na escola deve ir além da transmissão de conhecimentos teóricos, deve instigar os alunos a questionarem, a pensarem por si mesmos e a refletirem sobre a realidade em que vivem. 

Dessa forma, tanto o professor de filosofia quanto o filósofo têm a importante missão de contribuir para a formação de cidadãos mais conscientes e preparados para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo. A filosofia na escola é, portanto, uma disciplina essencial para promover o desenvolvimento integral dos estudantes.

Memórias e Saudades: Teodoro Marques de Oliveira, Meu Querido Pai



Autor: Ademilson Marques de Oliveira

 
  Quanto tempo se passou? Faz muito tempo! 
Eu costumava abrir meu coração,
 Confidenciar em um amigo. 
No entanto, atualmente, amigos são escassos, 
E confidentes ainda mais raros. 

16 de julho de 1996 
É uma data profundamente significativa. 
A humanidade foi surpreendida, 
Pois perdemos um grande amigo. 

Somente bondade habitava teu coração, 
Julho de 1996, 
Um momento de intensa emoção, 
Pois perdemos um mestre admirável. 

Se eu pudesse,
 Eliminaria a dor que você deixou ao partir. 
Não sentiria nenhuma dor, 
Mas essa ainda permanece viva dentro de mim.



quarta-feira, 17 de junho de 2015

Mãe: exemplo de amor, luta e inspiração




UMA HOMENAGEM A MINHA MÃE: MARFISA HENRIQUE BRAGA 

Autor: Ademilson Marques de Oliveira


Pelo amor ao trabalho incansável,
Pela luta e a fibra inquebrantável,
Pelo teto e o coração acolhedor.

Pela mente na realidade,
Pela paz e honestidade
Pelo exemplo como herança.

Os momentos que revivo
São retalhos coloridos,
A vestir minha lembrança.

No "zig-zag" da estrada,
Com tuas palavras tão suaves,
Me ensinou a caminhar.

Portanto, agradeço-te comovido,
Por me ensinar que a vida,
É uma arte de amar.

Mãe, tu és o amor maior do mundo!






domingo, 13 de abril de 2014

Lutando contra a corrupção: pela vida, dignidade e justiça no Brasil

 Autor: Ademilson Marques de Oliveira


Há que se cuidar do broto, para a vida dê frutos e flores!

Há um princípio último que tudo explica, uma verdade suprema que tudo ilumina: esta verdade é o Deus vivo e real que mantém em equilíbrio o mecanismo do mundo(...) negar a Deus é negar a razão do mundo.

O conhecimento é a finalidade do universo. Sendo assim, é fácil deduzir as leis da conduta. Antes de qualquer outra coisa duas são as regras fundamentais da moral: primeira, conhecer a ti mesmo; segunda, conhecer a natureza.

Além desde duplo conhecimento, será a consecução da verdade que constituirá. A norma suprema do reto proceder. Mas a verdade não possuímos inteira e completa. O que fazer? Proceder de acordo com que a natureza nos deu em lugar dela, proceder de conformidade com o que se nos apresenta como verdade no foro da consciência, isto é, com a convicção. Portanto, eis o critério supremo da conduta.

Infelizmente, hoje deparamos com tantas inverdades na política de nosso país. O desrespeito aos  princípios constitucionais estão presente na ausência do direito de ir e de vir, devido os altos índices de violência que ocorrem em nossa pátria. A Constituição Federal Brasileira avança para a garantia do direito a vida e dignidade para todos. Contraditoriamente depara-se com tantas desigualdades sociais, o que contribui significativamente para o aumento da criminalidade.

A não obediência aos princípios da impessoalidade, da publicidade, da eficiência, da competência e da legalidade, onde a finalidade não visa o bem comum, não administra-se para a coletividade, priorizando os mais ricos, os poderosos, e ao mesmo tempo sacrifica-se os mais pobres, os mais humildes, ou seja, os trabalhadores operários das cidades e os trabalhadores rurais (agricultores), o que impulsiona a geração da crise política brasileira deste ano de 2014.

Diante desde fenômeno: temos uma missão difícil, mas gratificante, lutar incansavelmente para acabarmos com a corrupção para que ela não acabe conosco. 

No entanto, sabemos a dificuldade de vencê-la, talvez até pode não ser vencida. É necessário termos fé e esperança! Pois, nos é sabido que se chegarmos no máximo: criar na maioria das pessoas uma disposição moral, cultural e econômica que funcione como obstáculo em sua prática.

Atingir este estágio equivale dar enorme salto civilizatório, como o que o ocidente deu muito séculos antes do oriente rumo a valorização a vida, o que redundou no  respeito aos direitos humanos, à diversidade de opinião e a democracia. Alguns povos chegaram perto de tornar a corrupção um estigma, espécie de doenças contagiosas a ser evitada. Portanto, que combatam fortemente a corrupção, não votando em políticos fichas sujas, não elegendo corruptos.

Devemos cuidar do broto, da semente da honestidade e da transparência, para que a vida política dê frutos e flores. É o nosso papel como cidadãos conscientes e responsáveis, contribuir para a construção de um país mais justo e ético. A luta contra a corrupção é árdua, mas é uma batalha que vale a pena ser travada em nome de um futuro melhor para todos. 

Vamos combater a corrupção com determinação, exigindo ética e integridade dos nossos representantes, e assim, estaremos garantindo um futuro mais promissor para as gerações que virão. Vamos cuidar do broto para que a vida política floresça com honestidade e justiça.

DESAFIOS E APRENDIZADOS: RELATO DE EXPERIÊNCIAS NO ENSINO REMOTO EMERGENCIAL DO IFRS

RESUMO : Em 2020, a pandemia de COVID-19 impôs a rápida transição para o ensino remoto no Brasil. Este estudo tem como objetivo analisar o ...