Autor: Ademilson Marques de Oliveira
A palavra cético vem do grego σκέπτομαι (skepomai), que significa observar, investigar. Na obra de Sexto Empírico Hipotipose Pirrônicas é mencionado que existem três tipos de filósofos: os dogmáticos, que afirmam ter encontrado a verdade; os acatalépticos, que dizem ser impossível encontrá-la; e os céticos, que continuam em busca dela.
Para os céticos, a acatalepsia seria considerada uma postura dogmática, pois dizer que é impossível encontrar a verdade é agir como se ela já tivesse sido encontrada. Os céticos se opõem a essa visão, principalmente manifestada pelos seguidores da Academia Platônica. Eles defendem o ideal da ataraxia, um estado de tranquilidade mental resultante da suspensão do juízo, que não busca favorecer um lado sobre o outro, pois ambos são igualmente plausíveis.
O ceticismo pirrônico não foi muito conhecido na Idade Média, mas ressurgiu no século XIV com as primeiras traduções de Sexto Empírico. A influência dessa escola foi bastante significativa na Filosofia francesa do século XVI, com pensadores como Michel de Montaigne, Pierre Charron e Erasmo.
No século XVII, o ceticismo ganhou destaque com a famosa dúvida metódica de Descartes, que na verdade era uma estratégia dos céticos usada contra eles. Outro grande pensador cético desse século foi Blaise Pascal. Com a reabertura do ceticismo no mundo europeu, essa corrente filosófica vem conquistando reconhecimento nas investigações atuais. Segundo o historiador do ceticismo filosófico Richard Popkin, todo filósofo precisa, pelo menos em algum momento, adotar uma postura cética.
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