domingo, 22 de julho de 2018

Análise do filme: “Além da Alma”, em Freud

Autor: Ademilson Marques de Oliveira

Ao analisarmos o filme, “Além da Alma”, percebe-se a demonstração de como o desejo estérico se apresenta. Portanto, para refletirmos, partiremos das seguintes indagações: Que relações podemos fazer referente à falta na condição do desejo e desejo estérico, com o filme? E será que há relação entre desejo e inconciente?
“O desejo se constitui na falta. Nós desejamos porque nos falta alguma coisa que ignoramos”.
Sabemos que diante de toda proposta de quebra de paradigmas, é possivél que ocorra fortes estranhezas. Talvez, Freud tenha passado por esta experiência no início de sua carreira, conforme apresentação no filme. Nele, é visivél as descobertas acadêmicas do Pai da Psicanálise, através de suas experiências como Psicanalista. Neste contexto, que ele dá luz a teoria do Complexo de Édipo.
O filme é iniciado com o internamento de um sujeito com histeria. Vale ressaltar que, histeria é uma doença emocional psíquica. Na execução desse procedimento, ele não obteve a concordância de seus colegas de profissão.
Entretanto, Freud, em parceria com Breuer, dedicou-se a estudar o fenômeno psíquico da histeria. Dessa forma, entendeu que este tipo de doença, era consequência de lembranças reprimidas.
Segundo Lacan, “o que caracteriza a histeria é o fato de sustentar o seu desejo como insatisfeito, mas também o desejo de exibir esta insatisfação”.
Para Cláudia Murta, “o sujeito do desejo histérico demanda a satisfação para melhor reconduzir o seu desejo graça ao apoio de sua insatisfação assim renovada”.
No filme há uma parte que fala sobre o Método Catártico, neste momento um paciente é levado à hipnose, em decorrência de algo reprimido devido à repressão de ideias. Isto, para a Psicanálise é um trauma que a priori estava a nível conciente, porém, a posteriori se desloca para o inconsciente, e assim, causa sintomas nas pessoas.
Para Freud, os sintomas de histerias são originados na sexualidade; Brauer concorda com ele. Portanto, agora no centro da vida psíquica está a sexualidade.
Em resumo, certamente, Freud contribuiu significativamente para Era Moderna, ao tratar o inconsciente, do ponto de vista científico. Foram revolucionários os conceitos de repressão, inconscientes, desejos e os atos falhos que se manifestam nos lapsos e nos sonhos.
O filme termina com a sugestão milenar, na busca do equilíbrio emocional, que é: conheça a si próprio. Portanto, a arte do bem viver, é uma boa relação consigo mesmo, com o outro, com a natureza e com o mundo.

Análise do filme "Esse obscuro objeto do desejo", na visão psicanalítica

Autor: Ademilson Marques de Oliveira

Ao viajarmos no universo das reflexões, analisando o filme: “Esse obscuro objeto do desejo”, levantam-se alguns questionamentos, visando perceber como a arte se relaciona na sistematização do pensamento, por meio das seguintes indagações. O desejo é desejo nada? O desejo não encontra jamais uma satisfação na consumação do objeto? Qual o sentido do desejo com “paixão da perda”? Desejar é querer se perder com ser humano?

Não há dúvidas de que, Buñuel nos presenteou com um belo filme, onde é proposto um envolvimento com um movimento surrealista. Neste contexto, percebe-se o surgimento de uma forma nova de perceber o mundo, através dos artistas da época. Era um grupo de profissionais que transcendia a arte, que utilizavam a liberdade de expressão, se mergulhando no planeta dos sonhos, sem se preocupar com uso da razão e da lógica.

Em uma linguagem psicanalítica, para Freud, os sonhos são manifestações dos desejos reprimidos, que se encontram no inconsciente, de igual forma, os atos falhos, os lapsos, etc. Mas será como que este desejo se realiza? Talvez, nos sonhos somos surpreendidos por eles, que sem pedir licença, se satisfaz à custa do próprio eu.

No filme depara-se com os personagens Mathieu e Conchita. O primeiro é um homem, burguês, de meia idade e solitário; O segundo é uma jovem, virgem, meiga, insolente, de apenas 18 anos. O homem apaixona desesperadamente pela donzela. Assim, entendemos que há uma excelente retratação do desejo, mas que tipo de desejo será este? Aparentemente, parece ser o desejo de ato sexual pelo Mathieu, em decorrência da brincadeira com o jogo erótico, de pura sedução. Entretanto, Conchita não disponibiliza na totalidade o objeto desejado, apenas parte de seu corpo para que ele goze. Dessa forma, talvez, há uma tentativa de sustentação do desejo e do amor, em detrimento de ser somente um objeto de gozo.

Na visão de Freud e Lacan, o desejo tem característica de um pesar. Ele não encontra jamais uma satisfação possível na consumação do objeto. Portanto, o desejo é sempre desejo de algo, ou seja, aquilo que falta.

Assim sendo, ao possuir o objeto desejado, é possível que esta busca seja cessada, pois o desejo só perdura por não atingir seu alvo.

Talvez, por isso, a personagem Conchita, no filme, não quis atender a demanda de Mathieu, tendo em vista o objetivo de nutrir um sentimento de amor.

Neste caso, o amor é um tesouro, onde o desejo é condição para tal. Em resumo, desejar é se encontrar como ser humano!

Porém, para Thana Mara de Souza e Cláudia Murta, “a paixão do desejo enquanto desejo de ser leva a um se perder, um efeito de aniquilação subjetiva”.







DESEJO NA VISÃO DE SARTRE E LACAN

Autor: Ademilson Marques de Oliveira

RESUMO
Com base nos teóricos, Sartre e Lacan pretende-se apresentar uma reflexão sobre o desejo, fazendo uma relação com os pressupostos filosófico e psicanalítico. Assim, o tema do nosso trabalho é, “O desejo em Sartre e em Lacan.” O nosso objetivo principal é provocar desejos nos leitores de pensar sobre os seguintes questionamentos: O desejo, é desejo do nada? O desejo não encontra jamais uma satisfação na consumação do objeto? Qual o sentido do desejo com “paixão da perda”? Desejar é querer se perder como ser humano? O método utilizado é o levantamento bibliográfico. Após a leitura foi feito fichamento, e posteriormente o texto foi construído. Conclui-se com este estudo que o desejo é o que nos movem, em busca do prazer, ou seja, do gozo.
Palavras chaves: Desejo; Lacan; Sartre; Filosofia; Psicanálise.


Discussão e Reflexão:
Tratar o tema, “desejo”, não é tarefa fácil, mas é desafiadora e instigante. Será quais são os ensinamentos de Sartre e Lacan sobre este assunto, em relação à Filosofia e Psicanálise?

Para Sartre, não há nada pré definido de como deve ser a vida do homem, não há um livro pronto, mas em constante construção. Então, será o que o move o homem ao escrever seu livro? Talvez, seja a busca do prazer da realização dos desejos.

Para Sartre, nada pode esmagar o homem, nada lhe vem de fora, ou de dentro, que deva simplesmente aceitar ou receber. O homem não tem uma natureza que deva necessariamente seguir. O homem não é um ser, mas um fazer e a sua única condenação é a de ter de se fazer até os seus últimos detalhes. Sartre explica que entendemos por existencialismo uma doutrina que torna a vida humana possível e que toda a verdade e ação implicam um meio e uma subjetividade humana.

Vale ressaltar que, nesta reflexão, vale uma indagação, visando sistematizar o pensamento. Como que Sartre compreende o desejo, segundo Cláudia Murta e Thana Mara de Souza? Na obra: “O desejo nos pensamentos de Sartre e Lacan” (2017), elas dizem que,

Como uma estrutura do ser Para-si, é ser estruturalmente falta. Se não existe essência, se nós somos aquilo que fazemos de nós mesmos, o que sempre buscamos é a nós, é nossa unidade, nossa completude e totalidade, o que só seria atingível com nossa morte, quando deixamos de ser existência. Assim, o desejo é inevitável e sempre insatisfeito.

Uma das consequências da aceitação do existencialismo é a liberdade extrema do homem: "tudo é permitido". Retomando a proposição de Dostoievski, ("Se Deus não existisse tudo seria permitido") Sartre, no discurso “O Existencialismo é um Humanismo”, retoma a questão central do existencialismo: Deus não existe, logo "o homem está condenado a ser livre" (Sartre, 1970, pag 7).

A consciência é um constante transcender-se, um constante ir além de si mesmo, esta é a principal contribuição de conceito que a fenomenologia faz ao existencialismo sartreano. Este constante transcender-se é que é definido como sujeito e a realidade humana.: nós somos aquilo que projetamos a ser. Pode-se perguntar quem projeta? Quem deseja ser? A consciência não é uma coisa, é puro movimento e neste movimento que se articula a liberdade. O conceito de liberdade é o mais caro ao existencialismo sartreano. Este constante transcender-se, este constante projetar-se, este constante inventar-se é a liberdade. A liberdade não é um atributo do sujeito, que não pode ter ou deixar de ter a liberdade, o sujeito é a liberdade e não pode deixar de sê-lo. Ele é livre para qualquer opção, menos para não optar. Daí a célebre frase de Sartre: “O homem está condenado a ser livre”.

O homem está sempre num universo humano e por isso nunca é fechado em si mesmo. Ele cria a própria moral, pois não há moral pronta a ser seguida. Ele é o legislador (cria a imagem de homem como julga que deve ser). Escolhendo, o homem afirma o valor que escolheu. Isso envolve toda humanidade, ele escolhe a si e toda humanidade. Sua responsabilidade é grande.

A respeito da responsabilidade em Sartre é importante lembrar que o homem é livre, porém esta liberdade trás consigo a responsabilidade, e a responsabilidade a angústia, pois a escolha que o homem faz, é plenamente livre, mas ao escolher para mim, também escolho para o mundo, e, não sou o responsável por minha existência, mas sou responsável por minha constituição, e que por mais que eu me constitua, necessito do outro para compreender o que sou como também sou responsável pela identificação que outro terá através de mim.

Por outro lado, Lacan, garante que o desejo tem característica de um pesar. Ele não encontra jamais uma satisfação possível na consumação do objeto. Portanto, o desejo é sempre desejo de algo, ou seja, aquilo que falta.

Assim sendo, ao possuir o objeto desejado, é possível que esta busca seja cessada, pois o desejo só perdura por não atingir seu alvo.

Lacan importa de Sartre o traço que se aproxima a estrutura do desejo a uma paixão de perda. O próprio Lacan lança a ideia do sujeito do inconsciente.

A diferença do estatuto que dá ao sujeito a dimensão descoberta pelo inconsciente freudiano se prende ao desejo que tem que ser situado no nível do cogito. Tudo que anima, o de que fala toda enunciação, é desejo. (LACAN, 2008 [1968], p.140).

O desejo é desejo nada? O desejo não encontra jamais uma satisfação na consumação do objeto? Qual o sentido do desejo com “paixão da perda”? Desejar é querer se perder com ser humano?

Imaginamos que o desejo se dá em relação aquilo que não se tem, ou seja, aquilo que falta. Talvez, ao possuir o objeto desejado, é possível que esta busca seja cessada, pois o desejo só perdura por não atingir seu alvo. Em resumo, desejar é se encontrar como ser humano!

Porém, para Cláudia Murta e Thana Mara de Souza (2017), “a paixão do desejo enquanto desejo de ser leva a um se perder, um efeito de aniquilação subjetiva”.

Entretanto, o desejo é o que nos movem, em busca do prazer, ou seja, do gozo.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


LACAN, Jacques. O Seminário: livro 20: Mais, ainda. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1985.

MURTA, Cláudia; SOUZA, Thana Mara de. O desejo nos pensamentos de Sartre e Lacan. Vitória: Universidade Federal do Espírito Santo - UFES, Secretaria de Ensino a Distância, 2017. Disponível no ambiente virtual de aprendizagem – Plataforma Moodle. Acesso em 28/06/2018.

SARTRE, Jean-Paul. O Existencialismo é um Humanismo. Trad. GUEDES, Rita Correia. Paris: Les Éditions, 1970.

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