segunda-feira, 27 de agosto de 2018

REFLEXÕES SOBRE O AMOR



Autor: Ademilson Marques de Oliveira
professorfilosofoademilson@gmail.com

 

Afeto versus psicanálise e filosofia, segundo Tomás de Aquino


RESUMO
Neste trabalho, são apresentadas algumas reflexões sobre o conceito de afeto, a partir do pensamento de São Tomás de Aquino, e do ponto de vista da psicanálise. Dessa forma, propôs uma investigação com base nos materiais de estudo da disciplina de Amor e Paixão em Filosofia e Psicanálise, além de consultas em site que abordam a temática, a fim de responder a seguinte problemática: Qual a relação do afeto com a qualidade de vida das pessoas, na prevenção de doenças emocionais? A partir dessa indagação faremos uma abordagem de outros temas vinculados ao afeto, tais como: amor, paixão, ternura, acolhimento etc. Concluímos com este estudo que, quem cultiva o sentimento do afeto, se relaciona melhor consigo mesmo, com o outro, com a natureza e com o mundo.
Palavras chave: Afeto; Paixão; Amor; Filosofia; Psicanálise.

Reflexões/Discussões
O ser humano é um ser de diversas complexidades, e a efetividade é um tema que ultrapassa a constituição de todas as funções psíquicas superiores. É através do afeto que o homem vivência sua humanidade. Talvez, por isso, vários estudiosos, em diversas áreas do conhecimento buscaram sistematizar o conceito de afeto. Portanto, será o que São Tomás de Aquino fala sobre esta temática? E qual a visão da Psicanálise sobre o assunto?
Mas, afinal, quem foi Aquino? Segundo a historiografia, na Idade Média, por volta de aproximadamente 1244, Tomás de Aquino entrou para Ordem Dominicana. Estudou teologia em Paris, e se consolidou como um dos mais famosos filósofos de seu tempo. Assim, é visível que seus estudos contribuíram significativamente em várias áreas do conhecimento. Elas são tão valiosas, que na atualidade os seus escritos são reestudados.
Para o professor, Jorge Augusto Silva Santos (2017), o significado de paixão no pensamento de S. Tomás de Aquino é:
Tomás de Aquino distingue três gêneros de potências vitais, que correspondem à tríplice forma de vida que aparece no homem, segundo a concepção clássica proveniente de Aristóteles, a saber: 1ª) As potências da vida vegetativa (que dizem respeito às faculdades da nutrição, do crescimento e da geração); 2ª) As potências da vida sensitiva (que abarcam as faculdades cognoscitivo-sensitivas); 3ª) As potências da vida intelectiva (que pertencem ao intelecto abstrativo, ao intelecto cognoscente e à potência intelectivo-afetiva chamada “vontade”). Ainda garante que, “Tomás de Aquino distingue cinco gêneros supremos de potências vitais: potências vegetativas, sensitivas, intelectivas, apetitivas e motoras”. “Três são as potências de ordem vegetativa: a nutrição, o crescimento e a geração. (p. 9).

Neste sentido lembramos que na filosofia, o afeto é entendido como emoções positivas. De certa forma, elas estão ligadas as paixões. Por outro lado, as emoções ligam-se as pessoas, já os afetos, talvez, são as emoções que estão conectadas nas relações interpessoais. Neste contexto, deparamos com vários adjetivos que nos remetem ao afeto, tais como: apego, gratidão, devoção, perdão, ternura, bondade, proteção, cobiça etc.
O pai da psicanálise, Freud, sobre o afeto, diz que:
A pulsão tem sua origem no corpo e sua ligação com a esfera psíquica é feita pelos representantes pulsionais: o afeto e a representação. O afeto é, assim, um representante pulsional, que, ao lado da representação, intermedia o acesso da pulsão à esfera psíquica, já que a primeira tem sua fonte no corpo. Para Freud, o afeto é uma energia, enquanto que a representação é uma ideia[1].
Neste contexto, em uma linguagem voltada para a psicanálise, e, também, de cunho filosófico, Santo Tomás de Aquino, apresenta o termo concupiscência, que é de grande valia para o entendimento das questões pertinentes ao afeto. Santos (2017), cita Aquino, que fala:
O termo concupiscência é uma expressão que vem do verbo latino concupiscere (= desejar ardentemente), e este provém de cúpere (= apetecer). De cúpere parecem provir os vocábulos cupido (amor ou desejo) e cupíditas (cobiça). Para ele, nos escritos do Aquinate, concupiscentia tem três acepções principais: a) appetitus ou desejo em sentido amplo; b) desejo de ordem sensível; c) desejo desordenado ou pecaminoso (sobretudo tratando-se dos deleites do tato). O desejo estritamente considerado é uma paixão concupiscível especial. Prova-se esta assertiva mostrando que dito desejo se distingue especificamente das demais paixões concupiscíveis (que versam sobre o bem ou sobre o mal simplesmente considerados). 1) Distingue-se do ódio, da aversão e da dor porque essas três paixões versam essencialmente sobre o mal, e o desejo se refere necessariamente ao bem (ou ao que é considerado como bom). 2) Distingue-se também do amor e do gozo porque o primeiro versa sobre o bem tanto presente como ausente, e o segundo só se refere ao bem presente. Chegamos assim à definição essencial da paixão do desejo: é o ato do apetite concupiscível que tende ao bem ausente, de tal modo que o desejo é um uma paixão do apetite concupiscível que tende para o bem ausente. O desejo é uma paixão essencialmente diversa da esperança, que pode ser descrita como um desejo reforçado ou lucrativo (pois se refere ao bem “árduo” ausente, e pertence ao apetite irascível) (p. 18-19).

A partir desse pensamento, é possível fazer uma reflexão sobre afetividade sensível e as paixões da alma. As paixões abalam tanto a alma que um pensamento livre como a vontade tem menos condição de se manifestar diante da presença imperiosa de uma paixão. Essa forma de pensamento que é a paixão testemunha a união íntima entre corpo e alma.
Enquanto paixão, o amor não é apenas a antecipação consciente do bem ao qual se deseja estar unido, ao passo que, esta antecipação torna-se inseparável de sua ressonância orgânica. Esta pode indicar a presença do amor onde, inicialmente ele não se faz perceber, pois o corpo pode ser o índice da paixão que afeta a alma.

Segundo Cláudia Murta, o amor é uma das condições da filosofia. A grande maioria dos filósofos aborda em suas elaborações o tema amor. O amor no fundo é desejo, pois ele se relaciona com o vazio central, no qual pode se localizar a causa do desejo.
Santos (2017) relaciona a afetividade ao apetite.  Mas, o que é o apetite?
No sentido mais geral, o termo latino appetitus (= apetite) significa o movimento interior que conduz a satisfazer uma necessidade orgânica, um instinto. Na linguagem corrente trata-se, antes de tudo, da necessidade de alimentação. Em Tomás de Aquino, a noção de “apetite” é tão vasta e geral quanto à de inclinação ou de tendência. É a inclinação, a tendência do sujeito para o que lhe convém; portanto, para o seu bem. (p. 10).

           Entretanto, para relacionar o afeto com os temas desejo e paixão deve-se incluir nessa reflexão, a noção de corpo. Na visão de Cláudia Murta, em videoconferência sobre o tema, ela afirma que toda demanda acerca da afetividade são demandas de amor. Como podemos fazer relações entre o desejo e afetos?
O desejo inclui, pois, um movimento afetivo especial em direção ao objeto amado ainda não possuído. Nesse sentido podemos dizer que a atividade afetiva se inicia no desejo, e termina no amor consumado. E no mesmo sentido costuma dizer-se que o desejo é como um amor imperfeito na mesma proporção da relação que tem o gozo para o amor perfeito. (SANTOS, 2017, p. 23).

A falta de algo com condição do desejo marca um encontro entre a filosofia e a psicanálise, ou melhor, a filosofia de Platão e Descartes e a Psicanálise de Freud e de Lacan.

Neste caso, o desejo como falta representa a coisa ausente que ele visa. Assim, a ausência o faz do desejo a estrutura de um signo e, assim, o desejo apresenta a falta. “O desejo se refere ao bem ausente simplesmente considerado e, por isso, pertence ao apetite concupiscível. A esperança versa sobre o bem ausente enquanto árduo ou de difícil obtenção, e daí que pertença ao apetite irascível” (SANTOS, 2017, p. 23).

No entanto, ao discorrer sobre o afeto, vale ressaltar o texto de Descartes que trata as questões da alma, pois ele possibilita a inclusão da noção do corpo no tema do amor. O amor é o elemento mais sublime que nos permitem criar laços de afetos, de ternura, de acolhimento, de alegria. Enfim, o afeto passa pelo acolhimento, e acolher é fazer o outro feliz, ou seja, é a mais bela experiência de amar. Portanto, para que a vida tenha mais leveza e mais encanto, seria relevante observar as palavras de Aquino: “Tratando-se das ações e das paixões humanas, tem muito valor a experiência, e movem mais os exemplos que as doutrinas” (Suma de Teologia ia -iiae,34,1). Neste contexto, nota-se a supremacia da prática, da experiência, em detrimento da teoria, ou seja, das doutrinas. Assim, ao falar sobre o conhecimento afetivo em Tomás de Aquino, Arthur Heller Britto, cita que:
O amor em si mesmo consiste nessa união ou vínculo. Por isso, Agostinho diz que o amor é quase “um laço que une ou tende a unir duas coisas, o amante e o amado”, referindo-se o une à união do afeto, sem a qual não há amor; e tende a unir, à união real[2].


Considerações Finais

Em resumo, diante das reflexões/Discussões, percebe-se a importância da filosofia e da psicanálise, como mecanismo de orientação voltado para o exercício do cultivo do afeto, como um meio de busca de equilíbrio emocional, visando criar obstáculos para o desenvolvimento de sintomas ligados as doenças emocionais.

Por outro lado, a partir das reflexões, percebemos a importância do afeto do desenvolvimento do ser humano, portanto, notamos sua importância em relação à cognição. Assim, infere-se que, as pessoas que se sentem amadas, onde há promoção de afetividade, elas tendem a se desenvolverem autoconceitos positivos. Aqui entendemos a afetividade, enquanto interatividade, que é um dos aspectos responsáveis pelo processo de aprendizagem e possui cunho afetivo-cognitivo.

Portanto, para a filosofia na visão de Aquino, como do ponto de vista da psicanálise, quem cultiva o sentimento do afeto, se relaciona melhor consigo mesmo, com o outro, com a natureza e com o mundo. Dessa forma, vive melhor, e é mais feliz!



Referências Bibliográficas

FREUD, Sigmund. Edição Standart Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996. 24v.

LACAN, Jacques. Outros Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003.

MURTA, Cláudia; SANTOS, Jorge Augusto Silva; MURTA, Alberto.  Amor & Paixão em Filosofia e Psicanálise. UFES. Vitória, 2017.



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[1] Informações retiradas da internet. Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/20706/20706_4.PDF. Acessado em: 14/08/2018.
[2] Informações retiradas da internet. Disponívell em: file:///C:/Users/VIP/Downloads/40-129-1-PB%20(1).pdf. Acessado em: 14/08/2018.

domingo, 22 de julho de 2018

Análise do filme: “Além da Alma”, em Freud

Autor: Ademilson Marques de Oliveira

Ao analisarmos o filme, “Além da Alma”, percebe-se a demonstração de como o desejo estérico se apresenta. Portanto, para refletirmos, partiremos das seguintes indagações: Que relações podemos fazer referente à falta na condição do desejo e desejo estérico, com o filme? E será que há relação entre desejo e inconciente?
“O desejo se constitui na falta. Nós desejamos porque nos falta alguma coisa que ignoramos”.
Sabemos que diante de toda proposta de quebra de paradigmas, é possivél que ocorra fortes estranhezas. Talvez, Freud tenha passado por esta experiência no início de sua carreira, conforme apresentação no filme. Nele, é visivél as descobertas acadêmicas do Pai da Psicanálise, através de suas experiências como Psicanalista. Neste contexto, que ele dá luz a teoria do Complexo de Édipo.
O filme é iniciado com o internamento de um sujeito com histeria. Vale ressaltar que, histeria é uma doença emocional psíquica. Na execução desse procedimento, ele não obteve a concordância de seus colegas de profissão.
Entretanto, Freud, em parceria com Breuer, dedicou-se a estudar o fenômeno psíquico da histeria. Dessa forma, entendeu que este tipo de doença, era consequência de lembranças reprimidas.
Segundo Lacan, “o que caracteriza a histeria é o fato de sustentar o seu desejo como insatisfeito, mas também o desejo de exibir esta insatisfação”.
Para Cláudia Murta, “o sujeito do desejo histérico demanda a satisfação para melhor reconduzir o seu desejo graça ao apoio de sua insatisfação assim renovada”.
No filme há uma parte que fala sobre o Método Catártico, neste momento um paciente é levado à hipnose, em decorrência de algo reprimido devido à repressão de ideias. Isto, para a Psicanálise é um trauma que a priori estava a nível conciente, porém, a posteriori se desloca para o inconsciente, e assim, causa sintomas nas pessoas.
Para Freud, os sintomas de histerias são originados na sexualidade; Brauer concorda com ele. Portanto, agora no centro da vida psíquica está a sexualidade.
Em resumo, certamente, Freud contribuiu significativamente para Era Moderna, ao tratar o inconsciente, do ponto de vista científico. Foram revolucionários os conceitos de repressão, inconscientes, desejos e os atos falhos que se manifestam nos lapsos e nos sonhos.
O filme termina com a sugestão milenar, na busca do equilíbrio emocional, que é: conheça a si próprio. Portanto, a arte do bem viver, é uma boa relação consigo mesmo, com o outro, com a natureza e com o mundo.

Análise do filme "Esse obscuro objeto do desejo", na visão psicanalítica

Autor: Ademilson Marques de Oliveira

Ao viajarmos no universo das reflexões, analisando o filme: “Esse obscuro objeto do desejo”, levantam-se alguns questionamentos, visando perceber como a arte se relaciona na sistematização do pensamento, por meio das seguintes indagações. O desejo é desejo nada? O desejo não encontra jamais uma satisfação na consumação do objeto? Qual o sentido do desejo com “paixão da perda”? Desejar é querer se perder com ser humano?

Não há dúvidas de que, Buñuel nos presenteou com um belo filme, onde é proposto um envolvimento com um movimento surrealista. Neste contexto, percebe-se o surgimento de uma forma nova de perceber o mundo, através dos artistas da época. Era um grupo de profissionais que transcendia a arte, que utilizavam a liberdade de expressão, se mergulhando no planeta dos sonhos, sem se preocupar com uso da razão e da lógica.

Em uma linguagem psicanalítica, para Freud, os sonhos são manifestações dos desejos reprimidos, que se encontram no inconsciente, de igual forma, os atos falhos, os lapsos, etc. Mas será como que este desejo se realiza? Talvez, nos sonhos somos surpreendidos por eles, que sem pedir licença, se satisfaz à custa do próprio eu.

No filme depara-se com os personagens Mathieu e Conchita. O primeiro é um homem, burguês, de meia idade e solitário; O segundo é uma jovem, virgem, meiga, insolente, de apenas 18 anos. O homem apaixona desesperadamente pela donzela. Assim, entendemos que há uma excelente retratação do desejo, mas que tipo de desejo será este? Aparentemente, parece ser o desejo de ato sexual pelo Mathieu, em decorrência da brincadeira com o jogo erótico, de pura sedução. Entretanto, Conchita não disponibiliza na totalidade o objeto desejado, apenas parte de seu corpo para que ele goze. Dessa forma, talvez, há uma tentativa de sustentação do desejo e do amor, em detrimento de ser somente um objeto de gozo.

Na visão de Freud e Lacan, o desejo tem característica de um pesar. Ele não encontra jamais uma satisfação possível na consumação do objeto. Portanto, o desejo é sempre desejo de algo, ou seja, aquilo que falta.

Assim sendo, ao possuir o objeto desejado, é possível que esta busca seja cessada, pois o desejo só perdura por não atingir seu alvo.

Talvez, por isso, a personagem Conchita, no filme, não quis atender a demanda de Mathieu, tendo em vista o objetivo de nutrir um sentimento de amor.

Neste caso, o amor é um tesouro, onde o desejo é condição para tal. Em resumo, desejar é se encontrar como ser humano!

Porém, para Thana Mara de Souza e Cláudia Murta, “a paixão do desejo enquanto desejo de ser leva a um se perder, um efeito de aniquilação subjetiva”.







DESEJO NA VISÃO DE SARTRE E LACAN

Autor: Ademilson Marques de Oliveira

RESUMO
Com base nos teóricos, Sartre e Lacan pretende-se apresentar uma reflexão sobre o desejo, fazendo uma relação com os pressupostos filosófico e psicanalítico. Assim, o tema do nosso trabalho é, “O desejo em Sartre e em Lacan.” O nosso objetivo principal é provocar desejos nos leitores de pensar sobre os seguintes questionamentos: O desejo, é desejo do nada? O desejo não encontra jamais uma satisfação na consumação do objeto? Qual o sentido do desejo com “paixão da perda”? Desejar é querer se perder como ser humano? O método utilizado é o levantamento bibliográfico. Após a leitura foi feito fichamento, e posteriormente o texto foi construído. Conclui-se com este estudo que o desejo é o que nos movem, em busca do prazer, ou seja, do gozo.
Palavras chaves: Desejo; Lacan; Sartre; Filosofia; Psicanálise.


Discussão e Reflexão:
Tratar o tema, “desejo”, não é tarefa fácil, mas é desafiadora e instigante. Será quais são os ensinamentos de Sartre e Lacan sobre este assunto, em relação à Filosofia e Psicanálise?

Para Sartre, não há nada pré definido de como deve ser a vida do homem, não há um livro pronto, mas em constante construção. Então, será o que o move o homem ao escrever seu livro? Talvez, seja a busca do prazer da realização dos desejos.

Para Sartre, nada pode esmagar o homem, nada lhe vem de fora, ou de dentro, que deva simplesmente aceitar ou receber. O homem não tem uma natureza que deva necessariamente seguir. O homem não é um ser, mas um fazer e a sua única condenação é a de ter de se fazer até os seus últimos detalhes. Sartre explica que entendemos por existencialismo uma doutrina que torna a vida humana possível e que toda a verdade e ação implicam um meio e uma subjetividade humana.

Vale ressaltar que, nesta reflexão, vale uma indagação, visando sistematizar o pensamento. Como que Sartre compreende o desejo, segundo Cláudia Murta e Thana Mara de Souza? Na obra: “O desejo nos pensamentos de Sartre e Lacan” (2017), elas dizem que,

Como uma estrutura do ser Para-si, é ser estruturalmente falta. Se não existe essência, se nós somos aquilo que fazemos de nós mesmos, o que sempre buscamos é a nós, é nossa unidade, nossa completude e totalidade, o que só seria atingível com nossa morte, quando deixamos de ser existência. Assim, o desejo é inevitável e sempre insatisfeito.

Uma das consequências da aceitação do existencialismo é a liberdade extrema do homem: "tudo é permitido". Retomando a proposição de Dostoievski, ("Se Deus não existisse tudo seria permitido") Sartre, no discurso “O Existencialismo é um Humanismo”, retoma a questão central do existencialismo: Deus não existe, logo "o homem está condenado a ser livre" (Sartre, 1970, pag 7).

A consciência é um constante transcender-se, um constante ir além de si mesmo, esta é a principal contribuição de conceito que a fenomenologia faz ao existencialismo sartreano. Este constante transcender-se é que é definido como sujeito e a realidade humana.: nós somos aquilo que projetamos a ser. Pode-se perguntar quem projeta? Quem deseja ser? A consciência não é uma coisa, é puro movimento e neste movimento que se articula a liberdade. O conceito de liberdade é o mais caro ao existencialismo sartreano. Este constante transcender-se, este constante projetar-se, este constante inventar-se é a liberdade. A liberdade não é um atributo do sujeito, que não pode ter ou deixar de ter a liberdade, o sujeito é a liberdade e não pode deixar de sê-lo. Ele é livre para qualquer opção, menos para não optar. Daí a célebre frase de Sartre: “O homem está condenado a ser livre”.

O homem está sempre num universo humano e por isso nunca é fechado em si mesmo. Ele cria a própria moral, pois não há moral pronta a ser seguida. Ele é o legislador (cria a imagem de homem como julga que deve ser). Escolhendo, o homem afirma o valor que escolheu. Isso envolve toda humanidade, ele escolhe a si e toda humanidade. Sua responsabilidade é grande.

A respeito da responsabilidade em Sartre é importante lembrar que o homem é livre, porém esta liberdade trás consigo a responsabilidade, e a responsabilidade a angústia, pois a escolha que o homem faz, é plenamente livre, mas ao escolher para mim, também escolho para o mundo, e, não sou o responsável por minha existência, mas sou responsável por minha constituição, e que por mais que eu me constitua, necessito do outro para compreender o que sou como também sou responsável pela identificação que outro terá através de mim.

Por outro lado, Lacan, garante que o desejo tem característica de um pesar. Ele não encontra jamais uma satisfação possível na consumação do objeto. Portanto, o desejo é sempre desejo de algo, ou seja, aquilo que falta.

Assim sendo, ao possuir o objeto desejado, é possível que esta busca seja cessada, pois o desejo só perdura por não atingir seu alvo.

Lacan importa de Sartre o traço que se aproxima a estrutura do desejo a uma paixão de perda. O próprio Lacan lança a ideia do sujeito do inconsciente.

A diferença do estatuto que dá ao sujeito a dimensão descoberta pelo inconsciente freudiano se prende ao desejo que tem que ser situado no nível do cogito. Tudo que anima, o de que fala toda enunciação, é desejo. (LACAN, 2008 [1968], p.140).

O desejo é desejo nada? O desejo não encontra jamais uma satisfação na consumação do objeto? Qual o sentido do desejo com “paixão da perda”? Desejar é querer se perder com ser humano?

Imaginamos que o desejo se dá em relação aquilo que não se tem, ou seja, aquilo que falta. Talvez, ao possuir o objeto desejado, é possível que esta busca seja cessada, pois o desejo só perdura por não atingir seu alvo. Em resumo, desejar é se encontrar como ser humano!

Porém, para Cláudia Murta e Thana Mara de Souza (2017), “a paixão do desejo enquanto desejo de ser leva a um se perder, um efeito de aniquilação subjetiva”.

Entretanto, o desejo é o que nos movem, em busca do prazer, ou seja, do gozo.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


LACAN, Jacques. O Seminário: livro 20: Mais, ainda. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1985.

MURTA, Cláudia; SOUZA, Thana Mara de. O desejo nos pensamentos de Sartre e Lacan. Vitória: Universidade Federal do Espírito Santo - UFES, Secretaria de Ensino a Distância, 2017. Disponível no ambiente virtual de aprendizagem – Plataforma Moodle. Acesso em 28/06/2018.

SARTRE, Jean-Paul. O Existencialismo é um Humanismo. Trad. GUEDES, Rita Correia. Paris: Les Éditions, 1970.

terça-feira, 24 de abril de 2018

A função do pai em psicanálise e suas relações com a cultura, baseado na obra de Totem e Tabu, segundo Freud


Autor: Ademilson Marques de Oliveira

A função do pai em psicanálise e suas relações com a cultura, baseado na obra Totem e Tabu, segundo Freud

Resumo:
Abordaremos neste texto uma reflexão sobre a obra Totem e Tabu de Freud. Assim, pretendemos explicar como o Pai da Psicanálise concebeu o pai e suas funções sociais, na visão psicanalítica, e buscaremos relacionar a função do pai e suas relações com a cultura. Para realização deste trabalho foi feito fichamento da obra em estudo e posteriormente o texto foi construído. Esta pesquisa é relevante para todos que buscam conhecimento em Psicanálise, na visão freudiana. Concluiu-se com este trabalho que os recalques, os sentimentos de culpa e as repressões podem desenvolver sintomas passionais, que poderá gerar neuroses e doenças emocionais. Portanto, o ponto chave da arte do viver bem é amar. Quem ama relaciona melhor consigo mesmo, com outro, com a natureza e com o mundo.

Palavras Chaves: Psicanálise; Freud; Totem e Tabu; Cultura.


Introdução:

É sempre bastante instigante caminhar na busca do conhecimento. Portanto, quando navegamos no universo do desejo inconsciente não é diferente. Sócrates defendia o amor pelo saber, aqui o nosso desejo é demonstrar amor pela Psicanálise.

Desta forma, para este trabalho, nossa proposta é fazer uma relação da função do Pai em Psicanálise e suas relações com a cultura, segundo Freud, referente à obra “Totem e Tabu”.

Assim, para nossa pesquisa formula-se a seguinte questão problema: Como podemos relacionar a cultura com a função do Pai, na visão freudiana?

O nosso objetivo é fazer uma reflexão sobre as consequências do “Tabu”, na vida das pessoas, além de dialogar com aspectos morais, religiosos, mitológicos e de autoridades, pois são elementos que estão presente em nosso meio. Também analisaremos o Totem, e sua função.

A metodologia utilizada é a referência bibliográfica, com base nas referencias citadas no trabalho. Ressaltamos que fizemos fichamentos das obras, e, posteriormente produzimos o texto.

Este trabalho é de relevância para todos que buscam conhecimentos da obra Totem e Tabu, de Freud, em relação à função do Pai, e suas relações com a cultura.


Discussão/Reflexão/Relação:

No texto Totem e Tabu de Freud fica clara a função primeira do pai. Esta atribuição é a de autoridade, aquele que impõe limites, ou seja, o que estabelece as regras. Por esta via podemos entender o Pai, na Psicanálise, como representante simbólico da autoridade. Esta obra já tem aproximadamente um século de publicação, conforme informações encontradas:

Totem e Tabu foi traduzido em diversas línguas além do inglês, durante a vida de Freud: em húngaro (1919), espanhol (1923), português (s/data), francês (1924), japonês (duas vezes, 1930 e 1934) e hebraico (1939). http://conexoesclinicas.com.br/wp-content/uploads/2015/01/freud-sigmund-obras-completas-imago-vol-13-1913-1914.pdf

Diante desta análise indaga-se: qual a diferença em Tabu e Totem? Como a função do Pai, no ponto de vista da psicanálise, se relaciona com a cultura? Freud diz que:

A análise dos tabus é apresentada como um esforço seguro e exaustivo para a solução do problema. A investigação sobre o totemismo não faz mais que declarar que ‘isso é o que a psicanálise pode, no momento, oferecer para a elucidação do problema do totem’. ‘Tabu’ é um termo polinésio.  O significado de ‘tabu’, como vemos, diverge em dois sentidos contrários. Para nós significa, por um lado, ‘sagrado’, ‘consagrado’, e, por outro, ‘misterioso’, ‘perigoso’, ‘proibido’, ‘impuro’. http://conexoesclinicas.com.br/wp-content/uploads/2015/01/freud-sigmund-obras-completas-imago-vol-13-1913-1914.pdf

Na mesma obra, Freud explica os Totens desse modo:

Os totens são, pelo menos, de três espécies: (1) o totem do clã, comum a todo um clã, passando por herança de geração a geração: (2) o totem do sexo, comum seja a todos os homens ou a todas as mulheres de uma tribo, com exclusão, em cada caso, do sexo oposto: (3) o totem individual, pertencente a um indivíduo isolado, sem passar aos seus descendentes. Os dois últimos tipos de totem não se comparam, em significação, ao totem do clã. A menos que estejamos inteiramente enganados, constituem desenvolvimentos posteriores e são de pouca importância para a natureza essencial do totem. O totem do clã é reverenciado por uma corporação de homens e mulheres que se chamam a si próprios pelo nome do totem, acreditam possuírem um só sangue, descendentes que são de um ancestral comum, e estão ligados por obrigações mútuas e comuns e por uma fé comum no totem. O totemismo, assim, constitui tanto uma religião como um sistema social. Em seu aspecto religioso, consiste nas relações de respeito e proteção mútua entre um homem e o seu totem. http://conexoesclinicas.com.br/wp content/uploads/2015/01/freud-sigmund-obras-completas-imago-vol-13-1913-1914.pdf


A partir da obra Totem e Tabu, um dos textos fundamentais de Freud, é possível que façamos reflexões como conceitos de vida e morte, culpa e gozo. Ele nos oferece uma versão psicanalítica da noção do Pai da horda primeva e da consequente constituição social.

Por outro lado, percebe-se que estão presentes na cultura através de práticas como a interdição do incesto e a religião totêmica. O articulador desses conceitos é o Pai.

No texto Totem e Tabu,  a função do Pai é de impor limites. Portanto, o Pai, na psicanálise, representa o papel simbólico de autoridade.

Dessa forma, para pensar o pai em psicanálise, deve-se considerar a ideia do pai primitivo. Ele foi assassinado pelos filhos, e partir desse evento surgiu à instauração de uma ordem simbólica. Essa ordem se dá devido à ação dos filhos de matar o pai, e por consequência gerou-se um sentimento de culpa. O arrependimento de terem cometido o crime é que propiciou a obediência ao interdito da proibição do incesto, e que nos possibilita pensar na edificação dessa simbologia: pai, fundamento da função paterna. A paternidade para a psicanálise tem um papel primordial na estruturação do sujeito. É o legítimo representante da Lei. Inclusive é o que tem a atribuição de ser convocador do desejo do sujeito a ser formado.

A função paterna é importante na medida em que o representante do pai castra o filho, inaugurando neste a presença da falta, palco para sua constituição como sujeito desejante.

Já em relação à evolução do Pai, Freud entende que nada mais é do ponto de vista psicanalítico, do que um acordo com a civilização. Assim, ele entende que o pai primordial é um animal, é o chefe da horda transfigurado num mito animal, apresentado em totens nas culturas primitivas.

Segundo Freud, “quando tornou-se um mero símbolo, a ira paterna seria também simbolizada e continuada mesmo após a sua origem ter sido esquecida”.

Para Freud, a Psicanálise é um método de tratamento para perturbações ou distúrbios nervosos ou psíquicos, (provenientes da psique). O método psicanalítico dele consistia em estabelecer relações entre tudo aquilo que o paciente manifestava, desde conversas, comentários, até os mais diversos sinais revelados pelo inconsciente. Ele desenvolveu técnicas como associação livre, interpretação dos sonhos, além de pregar a existência de um inconsciente.

É importante ressaltar a presença da mitologia na obra de Freud. A Professora SPARANO, Maria Cristina de Távora (2017), fala o seguinte sobre mitos:

O mito é um relato de tempos ou fatos que a história não nos permite conhecer de outra forma; trata-se de épocas muito antigas e a autenticidade do relato não é posta em dúvida pela sociedade mais primitiva. Ao contrário, o mito tem valor sagrado: sua função é explicar o mundo”.

Segundo Sparano, Freud, baseando na sexualidade, fala que: “a Psicanálise liga-se a vida e às funções orgânicas, rejeitadas naquele momento pelo desconhecimento, do recalque e pelo desdém ao pulsional”.

Neste contexto é destacado que a sexualidade, objeto da Psicanálise, é a sexualidade infantil, cujas propriedades estão presentes na concepção biológica, mas não se reduzem a ela, salientando ainda que, assim como não podemos psicologizar a biologia, também não devemos biologizar a Psicanálise.

Para Freud, a Psicanálise é um método de tratamento para perturbações ou distúrbios nervosos ou psíquicos, (provenientes da psique). O método psicanalítico dele consistia em estabelecer relações entre tudo àquilo que o paciente manifestava, desde conversas, comentários, até os mais diversos sinais revelados pelo inconsciente. Ele desenvolveu técnicas como associação livre, interpretação dos sonhos, além de pregar a existência de um inconsciente.


Considerações Finais:

Ao estudarmos a Epistemologia da Psicanálise, que é a mesma coisa que Teoria Psicanalítica, depara-se com universo de complexidade. São diversas teorias que requer bastante atenção, perseverança para entendimento, uma delas é questão do Pai, na visão Freud, apresentado nesta pesquisa.

Vale lembrar que, a epistemologia trabalha com conceitos fundamentais, no caso da Psicanálise é o inconsciente. Uma das formas de manifestação do inconsciente são os sonhos. Portanto, o sujeito da Psicanálise é o sujeito do inconsciente. Já o objeto, talvez, seja uma relação de objetos que poderá se manifestar por meio do inconsciente, como ocorre nos casos das neuroses e nos atos falhos. 

Para refletir sobre estas questões, é importante pensar a cultura que Freud estava inserido. Ele era judeu, e esta população, principalmente naquela época tinha um forte referencial, pertinente ao modelo patriarcal.

Visando ilustrar esta ideia, diversos povos entendem que Deus é o Pai que está no céu, ou seja, aquele que tudo ver, que pode condenar ou salvar. Ele o criador de todas as coisas, é o Pai Primeiro, a causa incausada, o motor imóvel. Este Pai é puro amor, mas também é justiça. Desse modo, nasce à ideia de obediência, e, para quem não obedece, que peca, sofre as consequências. É punido. Essa punição, inclusive poderá gerar sentimento de culpa, se o sujeito desenvolver desejos proibidos. Vale lembrar que este pensamento poderá ocasionar doenças psicossomáticas. 

A repressão, porém, é um modo frágil de lidar com impulsos indesejáveis, pois eles voltarão de alguma maneira, sob a forma de neuroses. É por isso que, embora a religião tenha sido fundamental na infância da humanidade, ao reprimir instintos antissociais, aos poucos esse instrumento vai se mostrando ineficaz e gerando outros problemas.

 Para Freud, o amadurecimento da espécie humana exige um gradual abandono da religião e a substituição por um modo mais adulto de lidar com instintos destrutivos: a razão, à qual a religião se opõe claramente. Ao instituir um Pai transcendente que castiga quem transgride os tabus, a religião garantiu o mínimo de paz e convivência necessárias à produção do conforto e segurança que a civilização oferece.

Freud dizia que Deus era fruto do nosso sentimento de culpa por termos matado um pai primordial.  Será qual contexto que o levou a sistematizar seu pensamento por este ângulo? A religião seria fruto de um parricídio, do homem tentando expiar a culpa criando um Deus para cultuar.

Portanto, o Pai, para Freud é apresentado pela via do mito, o que lembra a cultura primitiva.

Neste contexto vale algumas reflexões: Qual o referencial ideal para função paterna, caso exista? Todos os pais são bons referenciais para os filhos? Deus é um Pai ideal, independente da forma idealizada pelo homem, de imaginar Ele?



Referencias bibliográficas:

FREUD, S. Totem e Tabu. Tradução Orizon Carneiro Muniz. Rio de Janeiro: Imago, 1974b. (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas completas de Sigmund Freud, v. XIII).

SPARANO, Maria Cristina de Távora. Epistemologia da Psicanálise. Vitória, ES: UFES, 2017.





domingo, 8 de abril de 2018

Uma Reflexão sobre: Psicanálise, Fantasias Sádicas, Ética e Sublimação

  Autor: Ademilson Marques de Oliveira

A Psicanálise é uma área do conhecimento que estuda aquilo que está além da consciência, a metaconsciencia, ou seja, o que Freud chamou de inconsciente. A luz desse edifício do conhecimento, segundo a orientação do livro de Ética na Psicanálise, do professor Omar Peres, (2017), o que se entendem por fantasias sádicas e ética e sublimação?

Para Peres, a experiência ética do trabalho analítico, consiste em confrontar o sujeito do sintoma com o impossível do gozo. A satisfação absoluta do impossível do gozo poderia ser entendida como uma ilusão de reencontro com o objeto perdido deste sempre. Portanto, a questão toda não está na especificidade do objeto e sim na satisfação pulsional do sujeito.

Cottet, em 1999, p.152, diz o seguinte:

“A psicanálise não poderia preconizar nenhum “gozo sem limites, como temos visto, pois é preciso a limitação do prazer, o que permite ao sujeito aceder ao gozo. Mas que sua renúncia ao gozo desencadeie o exercício de uma crueldade contra si próprio, eis justamente o paradoxo que Freud, e depois Lacan, levaram em consideração para justificar a busca de uma ética do desejo”.

O sujeito do sujeito do desejo enquanto ser sexuado demanda um erotismo na experiência ética, no sentido de ter que se haver com as suas zonas erógenas. Isso acontece por meio da imaginação e da articulação simbólica, através da elaboração de uma fantasia. Ressalta-se que, a fantasia sádica nos apresenta claramente uma relação com o objeto do desejo em que o prazer pode ser realizado de todos os modos possíveis e impossíveis sem que o objeto perca sua beleza.

Para a Psicanálise, o sujeito sustenta seu desejo através da rearticulação significante no simbólico e no imaginário, por meio do mecanismo da sublimação. Para Lacan, a sublimação não faz desaparecer o objeto sexual.

Por outro lado, Freud em conformidade com Lacan, entende que a sublimação é pautada pela possibilidade de substituir o objeto da pulsão, que a rigor não tem objeto e, portanto, não está necessariamente fixada a nenhum em particular.

Na ética da psicanálise, enquanto experiência de análise, não há exemplos a ser seguido, não existe certeza de que aquilo que o sujeito estiver fazendo é realmente a coisa correta a ser feita. Portanto, Lacan, garante que não há garantia no Outro.

Fonte:

Perez, Daniel Omar. Ética da psicanálise. Vitória: Universidade Federal do Espírito Santo, Secretaria de Ensino a Distância, 2017.
 

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