sábado, 7 de abril de 2012

O Existencialismo de Sartre

Autor: Ademilson Marques de Oliveira

O Existencialismo de Sartre

Para Sartre, nada pode esmagar o homem, nada lhe vem de fora, ou de dentro, que deva simplesmente aceitar ou receber. O homem não tem uma natureza que deva necessariamente seguir. O homem não é um ser, mas um fazer e a sua única condenação é a de ter de se fazer até os seus últimos detalhes.
Todo o "sartrismo" parece está baseado num enorme equívoco, numa leitura deficiente ou má compreensão da obra da Heidegger. É o próprio Heidegger quem observa em seu trabalho "Carta sobre o humanismo": "Sartre enuncia o princípio fundamental do Existencialismo da seguinte maneira: a existência precede a essência. Toma, portanto, existência e essência no sentido da metafísica que, desde Platão, afirmava que a essência precede a existência. Ora, a inversão de um enunciado metafísico continua a ser um enunciado metafísico. com isto, ele se aprofunda no pensar metafísico do esquecimento do ser".
Parece que Sartre em lugar de integrar e fundamentar o homem no ser procurou ao contrário resumir o ser na realidade humana. Talvez esse primeiro e grande equívoco filosófico, segue-se toda a atitude do existencialismo de Sartre, com sua noção atrofiada da liberdade e da situação humana, com o evidente menoscabo das dimensões da cultura e da história, e com sua concepção ateísta do destino do homem.
Penso que não foi muito esclarecido o modo como Sartre defende que, apensar de defender a liberdade radical e que a existência precede a essência, portanto, que criamos os valores, mesmo assim, o existencialismo é um humanismo. Ele fala de uma moral existencialista.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Reflexões sobre o ser

Autor: Ademilson Marques de Oliveira

Reflexões sobre o SER


Diferente de Descartes, que define ideias como atos do pensamento, e do conceito de Kant, que diz que ideias são meros entes do nosso pensamento, ou entes da razão. A ideia platônica é algo real. Mais do que isso: as ideias platônicas são o que há de mais real, são os princípios supremos de toda a realidade. As ideias platônicas são realidades supremas, que contém as formas das coisas sensíveis. Elas são protótipos que encerram em si o sentido mais próprio de tudo quanto percebemos. Segundo Platão, nada do que está sujeito à geração e à corrupção pode constituir o ser das coisas em sentido mais próprio. Podemos dizer que as coisas que percebemos têm um ser, mas não é o ser. O devir só é enquanto vem a participar das ideias.

Platão atribuiu as suas ideias a um estatuto de realidade transcendente, da mesma forma como Sócrates considerava a alma. Segundo Platão a ideia só pode ser aprendida por aquilo que em nós lhe é mais semelhante, isto é, pela alma. Assim como o homem é fundamentalmente a alma, as coisas sensíveis são, em última análise, as ideias das quais elas participam.

Ainda Platão considerava o movimento como ideia. Diz-se que uma coisa se move (que está assim, sujeita aos movimentos), ela não o faz senão enquanto participa do gênero ou ideia do  movimento. Aqui está a refutação de uma segunda tese de Parmênides: o movimento existe e é um gênero ou ideia suprema pela qual podemos pensar o fato, inquestionável, de que as coisas (sensíveis) se movem.

Assim, enquanto um homem ainda não era gerado, mais vem a gerar-se, o seu movimento de geração participa da ideia de movimento. Isso faz com que um dado se possa transformar-se sem que, ao mesmo tempo, perca o seu atributo de ser, a saber, é ser enquanto movimento, isto é, como movimento, enquanto gênero ou ideia participa do ser.

Segundo a tese do diálogo existem cinco gêneros supremos: ser, mesmo (identidade), outro (alteridade), movimento (vir-a-ser ou devir) e repouso (imobilidade). Admitidos como seres os quatros últimos, o ser, tendo que ser dito de todos, absorve contra Parmênides, tanto a mobilidade do ser enquanto a sua multiplicidade. A teoria do não ser de Parmênides é relativizado, pois inegavelmente, quando dizermos que algo é outro, dizemos não ser homem e, assim, dizemos o que não é, mas não em sentido absoluto, mas relativamente a outro ser.

A Contribuição de Sócrates para a História da Metafísica

Autor: Ademilson Marques de Oliveira

A Contribuição de Sócrates para a História da Metafísica

A contribuição de Sócrates para a história da Metafísica é tanto negativo quanto positivo. A diferença entre esses dois pontos é que analisando o lado negativo percebemos que Sócrates não aceita a Teoria dos Físicos, fazendo assim seus sucessores, principalmente Platão e Aristóteles, que foram ousados aos buscar os princípios supremos das coisas além da natureza corpórea, abrindo caminho para o conhecimentos suprassensíveis. No entanto, a doutrina da alma de Sócrates apontava para uma visão nova e transcendente, na medida em que a alma socrática transcende o corpo, como uma entidade sobre natural e, ao menos incorpórea.

A partir da tese apontada por Sócrates sobre a Metafísica, Platão introduziu seus próprios pensamentos, numa perspectiva espiritualista totalmente nova, e é nela que Metafísica surgirá com todas as suas cores, num legado imortal para a história da disciplina. Porém, não podemos negar um forte apelo ético no pensamento de Platão, podendo assim afirmar que a ética é o verdadeiro centro gravitacional do seu pensamento. Sendo essa a sua marca fundamental, consequentemente sua tese é elevada importância, pois trata sobre a doutrina da transcendência da alma, (a alma da qual ele procurava demonstrar a imortalidade no Fédon). Isso mostra que Platão teria seguido os mesmos passos deixados por Sócrates, seu mestre, mas foi além do seu antecessor. Sócrates afirmou positivamente a existência de uma alma transcendente, ele criou outras ideias como os princípios de todas as coisas, defendendo, assim, outras realidades transcendentes.

Após a segunda navegação platônica é que se pode falar em imaterial, suprassensível e que nos possibilita o entendimento que o verdadeiro SER é constituído pela a realidade inteligível, segunda a fundamentação da metafísica, em Platão. 

O ser humano como indivíduo

Autor: Ademilson Marques de Oliveira
O ser humano como indivíduo
Nietzsche e Freud adotam como ponto de partida o ser humano como indivíduo e não como gênero antropológico ou conjunto de relações sócio-econômico-políticas.
Para Nietzsche, a religião cristã acaba enfraquecendo a vontade da vida ao enfatizar o sofrimento e disseminá-lo por meio da compaixão. Além disso, o incentivo a um comportamento de ovelhas de rebanho também acaba levando a uma fraca de vida, que não afirma a vontade diante do nada, mas se acovarda no medo e na culpa. Também a valorização da vida após a morte acaba servindo ao propósito de enfraquecer a vida. Esse tipo de deus que não responder ao niilismo e que promete uma solução redentora para todos, mas que nunca acontece, segundo Nietzsche, estaria morto.
Para Freud, a religião teria sido uma forma importante de reprimir os instintos destrutivos dos indivíduos e que poderiam destruir a capacidade humana da vida em sociedade. Na medida em que isso é vital para a espécie, a religião desempenhou um papel importantíssimo. No entanto, uma vez que a civilização tem outras maneiras de compensar a renúncia aos instintos, de explicar a natureza (diminuindo, assim, o medo e a ansiedade) e proteger o homem dos perigos naturais, a religião tenderia a perder seu lugar na cultura. Tendo origem não na experiência ou na razão, mas no desejo, a religião seria uma ilusão com os dias contados.


Quem é Deus para Marx?

Autor: Ademilson Marques de Oliveira
Quem é Deus para Marx?
Marx entende que a essência humana não constitui uma realidade. Ele afirmava: que a miséria religiosa constitui ao mesmo tempo a expressão da miséria real. A religião é o suspiro da criatura oprimida, o íntimo de um mundo sem coração e a alma de situações sem alma. É o ópio do povo.
Para ele a crítica da religião de Feuerbach permite ao homem reconquistar a razão, afim de que ele gire em torno de si mesmo e não mais de um Deus que não existe, mas de seu verdadeiro sol.
Para Marx, a miséria real não é a que decorre da perda de uma essência projeta num Deus que não existe. Para ele, de fato, Deus não existe, e a religião não decorre disso, mas das condições materiais de produção da história, que geram um mundo invertido que valoriza as coisas e desvaloriza as pessoas. A religião é parte dessa visão invertida do mundo, mas apenas como consequência. Ela é uma ideologia que legitima a ordem capitalista ao entorpecer a consciência revolucionária da classe operária.
Erich Fromm escreveu um livro sobre a concepção de homem em Marx e o psicanalista procurava mostrar como a filosofia marxista era extremamente humanista e preocupada com o futuro do homem. Assim, o processo de objetivação e coisificação tornaram-se parte da grande alienação que é o capitalismo, que fala das coisas e mercadorias como se tivessem um fim em si mesmos, escravizando os homens. No capitalismo, os homens vivem para as mercadorias, quando o certo é que elas existissem para fins humanos. A religião é uma inversão porque ela aliena o homem de sua miséria e lhe promete um reino de felicidade e paz no além.
No entanto, o projeto soteriológico, pelo menos no cristianismo, que é o que eu conheço, não começa com a morte, mas na nossa vida. Tanto a filosofia quanto a religião cristãs funcionam como mecanismos que nos ajudam a vencer a fugacidade e o caráter vãos do mundo. Assim, elas fornecem um dispositivo prático de melhoria de nossa própria vida. E é fato, podem me criticar, mas são dados estatísticos:
Quem tem fé vive mais e melhor. Assim como quem tem vida comunitária, seja na família ou em algum tipo de fraternidade. Se a religião for uma mentira, é dessas ilusões que tornam a vida possível.

A Religião na visão de Feuerbach

Autor: Ademilson Marques de Oliveira

A Religião na visão de Feuerbach

Segundo Feuerbach, a religião se torna fonte de opressão e deve ser superada pela tomada de consciência de si mesmo pelo ser humano. Para ele, é preciso superar a religião como busca de relacionamento com deus enquanto realidade transcendente.

Feuerbach acredita que devido a religião ser invenção humana, ela aliena o homem de si mesmo, pois a essência do homem é primeira projetada em Deus, para depois ser reconhecida pelo próprio ser humano por essa via indireta.
Deus não é mais do que uma projeção de nossa essência genérica, na qual se concentram todas as qualidades humanas em sua forma mais perfeita. a essência do homem está nos seus mais altos poderes: a razão, o amor e a vontade, que são aquilo que o distinguem e que dão o sentido de sua existência.
Portanto, para Feuerbach, a realização humana pressupõe a superação da alienação religiosa por meio de uma tomada de consciência de sua própria realidade essencial. Por isto, esta proposta acaba deixando visível a identificação deste autor com o movimento iluminista.

O que é o Ateísmo?

Autor: Ademilson Marques de Oliveira

O que é o Ateísmo?

O ateísmo é simplesmente a negação do teísmo. Se Tomarmos o teísmo com a afirmação da crença em Deus, temos que ateísmo é a negação da crença de Deus existe. Para o ateu, pelo o fato da crença em Deus não corresponder a uma realidade, ela é simplesmente falsa.
Se há muitas compreensões de Deus, então há também muitas maneiras de se negar a crença em Deus. Pressupondo-se que um determinado credo religioso rejeita o modo como Deus é concebido por outro credo, então é possível ser religioso e ser ateu nesse sentido.
Em termos amplos, pode-se considerar o ateísmo a negação do divino, de qualquer visão de mundo religiosa que procure relacionar, por meio de um caminho de reconciliação ou salvação, os seres humanos a uma realidade tida como não meramente humana, uma realidade divina. Esse componente geral é que está pressuposto na tese de que a irreligiosidade é um fenômeno cultural raríssimo na história humana e bastante evidente no nosso tempo.
O ateísmo é a negação da existência de um ser pessoal incorpóreo, onipotente, onisciente, eterno, totalmente livre, infinitamente bom, criador e mantenedor do universo e sumamente digno de culto e adoração. Esse conceito foi objeto da extensa discussão da metafísica, e está presente em praticamente toda a história da filosofia.

terça-feira, 3 de abril de 2012

A Política em Hannah Arendt

Autor: Ademilson Marques de Oliveira

A Política em Hannah Arendt

Segundo Hannah Arendt, a separação platônica entre o ser a aparência marcou um passo histórico que não ficou restrito à experiência grega, mas propalou-se por toda a civilização ocidental. A desvalorização da aparência como o lugar do não ser a afirmação do ser como que sujas ao aparente marca de maneira decisiva o modo de pensar ocidental.
No projeto de Arentd, por não existir uma identidade originária, não somos seres políticos por natureza. Ela pode ou não ocorrer entre nós. Diferentemente das tentativas husserlianas e heideggerianas sobre os outros, a ação política arendtiana é sempre uma interação com os outros.

A relação entre Agamben e Foucault

Autor: Ademilson Marques de Oliveira

A relação entre Agamben e Foucault

O direito, segundo Agamben não tem relação nem com a justiça, nem com a verdade. Interessam ao direito apenas o procedimento e a conclusão jurídica.
Para Foucault, o direito fica ligado a um poder soberano tradicional não alcançando as novas estruturas do poder, as quais se articulam no contexto da biopolítica.
A dúvida de Agamben acerca de Foucault é simples: Foucault, ainda que falando sobre a biopolítica, não chegou as consequências dramáticas da Modernidade, como a experiência dos campos de concentração, do poder de vida e morte sobre as pessoas.
As dúvidas de Agamben acerca dos projetos de Foucault e Hannah Arendt aparecem já no livro Homo sacer.
Agambem quer compreender essa mudança moderna nas relações entre zoé e bios. Articulando essa nova relação, e inclusão de zoé no bios, a vida na política, é que Agamben vai criticar Foucault e avisar acerca das consequências catastróficas da identidade moderna entre a natureza e a política. Ainda ele quer pensar o poder que nos deixa expostos à morte, como nos campos de concentração.
Segundo Agamben, a despolitização moderna está relacionada ao direito e às novas condições da soberania. Para ele, a biopolítica se torna a política sem a política.
O projeto da Agamben é pensar a política no plano da imanência. Talvez Agamben esvazie a política dos sujeitos concretos.

A Ética na Comunidade da Comunicação




Autor: Ademilson Marques de Oliveira

A Ética na Comunidade da Comunicação

Não há dúvidas de que a ética de Lévinas rompe radicalmente com o modernismo. A introdução do outro faz um contra-ponto enorme à ética do "eu", que chega ao apogeu no übermensch de Nietzsch - incompatível com a necessidade de encontrar, conhecer, reconhecer e acolher o outro. 

Pensar a ética, trazendo a perspectiva do outro, é algo realmente muito novo - não obstante outros filósofos anteriores, como Hurssel, já tenham abordado o outro em suas proposições (ao meu ver de modo insatisfatório).

Agora, algo a ser pensado com maior reflexão: em que medida a proposição ética a partir do pressuposto da comunidade da comunicação é ainda moderna e em que medida a supera?

São claras as relevantes contribuições de Habermas para a filosofia contemporânea, seja no âmbito da linguagem, seja na ética; talvez, em alguns pontos ficam duvidosos e achamos válida a crítica; sendo assim, elencamos algumas questões.

A universalidade habermasiana não significa o consenso entre um grupo discursivo, mas sim um assentimento universal. Ora, isso só seria possível se os sujeitos participantes do discurso fossem todos os sujeitos existentes ou, ao menos, os envolvidos no caso, pois imaginar o que os que não estão presentes diriam ou não significa - assim como no imperativo categórico - decidir por aquilo que "pensamos" ser o melhor para todos, por aquilo que parece ser o melhor para todos aos olhos de quem no momento compõe a comunidade discursiva. Em Habermas isso acontece num grupo de pessoas de maneira discursiva. 

Talvez o próprio Habermas faz saltar à vista seu calcanhar de Aquiles. Se, nos princípios D e U, ele exige - de sua própria ética - que a norma que não alcançar o assentimento de todos não será aceita como válida, penso que qualquer pessoa racional chega à conclusão evidente da impossibilidade da efetivação de um discurso universal. 

Nosso mundo moderno volve o olhar para 2.500 anos de investigação filosófica. O que nos oferece ela? Desde que os homens se tornaram capazes de livres especulações, suas ações, em inúmeras relações importantes, tem dependido de suas teorias quanto ao mundo e a vida humana. Mas infortunamente quase todas as questões de maior interesse para as mentes especulativas são tais que não podem ser respondidas sastifatoriamente, e os filósofos contemporâneos, abandonando a busca filosofica consagrada pelo o tempo, confessam francamente que o intelecto humano é incapaz de achar respostas conclusivas para muitas questões de profunda importância para a humanidade. Esta falta de convicção, de claridade com respeito ao significado da vida, indica claramente que algo está acontecendo ao Espírito Ocidental.
 
Muitos problemas filosóficos (éticos, ciêntíficos, políticos e econômico) existem que são de fato o resultado de pensamento emaranhado, de se abordar um problema pelo o ponto de vista errado. Em tais circunstâcias, o inquiridor fica perplexo e confuso, sente que não é capaz de achar o caminho, como quanto a sua filosofia lhe diz que algo é verdadeiro que ele simplesmente não pode crer, tal como negar a existênciar do mundo material. Ora, a abordagem certa em tal dilema não é martelar no problema tal como é exposto. Encontra-se a solução abordando o problema de maneira liversa.

Uma das principais tarefas da filosofia é, pois, remodelar problemas insolúveis, pegar o bastão pela extremidade certa. "Mostrar a mosca o caminho para sair da garrafa".

Muitos problemas filosóficos não tem de ser resolvidos. Eles se dissolvem. Não são questões reais, mas atoleiros encarados como problemas, que secam quando se drena o solo. A filosofia só pode avançar quando tais problemas são removidos, só então pode acometer as tarefas construtivas. A primeira realização da filosofia é no papel dissipadora do nevoeiro.


Fenomenologia e Modernidade

Autor: Ademilson Marques de Oliveira
Fenomenologia e Modernidade

Podemos caracterizar a Fenomenologia como uma alternativa das abordagens psicológicas da consciência, buscando uma nova possibilidade de objetividade.
O método fenomenológico está baseado em três reduções: A primeira é a fenomenológica, ou epaché, na qual a presença de um objeto na consciência é tão somente descrita, sem pressupostos teóricos, sem conexões de causa e efeito e também sem o emprego de premissas usualmente tidas como certas pelo o senso-comum. Enfim, a descrição de algo presente à consciência não implica dizer que esse algo existia de fato. A segunda redução é eidética, que consiste numa reflexão para intuir a essência do objeto presente na consciência. O conhecimento da essência dos objetos, consoante a fenomenologia, é impossível e importante. Tal método seria aplicável até mesmos as entidades matemáticas. Portanto, a fenomenologia propõe-se a ser uma ciência que produza conhecimento de essências. E a terceira se trata da redução que conduz aos processos de formação do objeto presente à consciência. Nessa etapa, reflete-se sobre as articulações que conduzam a formação de tal conceito, tomando-se em consideração essa grande variedade de dados da experiência.
A fenomenologia foi uma das escolas mais influentes e duradoras do século XX, pois se tornou objeto de interesse não apenas dos Filósofos, mas também de especialistas de diversas ciências, principalmente das humanas.

Sobre Nietzsche

Sobre Nietzsche
Autor: Ademilson Marques de Oliveira

Nietzsche nasceu em 15 de outubro de 1844, em Rocken, nas proximidades de Lutzen. Estudou filologia clássica em Bonn e em Lípsia, onde teve por mestre Friedrich Ritschl. Foi um estudioso da obra de Schopenhauer, esta leitura foi de bastante importância para o desenvolvimento do pensamento deste teórico.
Nas pegadas de Schopenhauer, Nietzsche entende que a vida é cruel e cega irracionalidade, dor e destruição. Só a arte pode oferecer ao indivíduo a força e a capacidade de enfrentar a dor da vida.
Em 1872, o filósofo em sua obra: "O nascimento da tragédia" procura mostrar que a civilização grega pré-socrática explodiu em vigoroso sentido trágico, que é aceitação extasiada da vida, coragem diante do destino e exaltação dos valores vitais.
No anúncio da "morte de Deus", para Nietzsche o homem elimina o mundo do sobrenatural, mas, assim, fazendo, infringe também o quadro dos valore e ideais a ele ligados. E, assim, nos encontramos sem ponto de referencia: nós matamos Deus e com ele desapareceu o homem velho, mas o homem novo ainda não apareceu.
A morte de Deus é um fato que não têm paralelos. É acontecimento que divide a história da humanidade. Não é o nascimento de Cristo, e sim a morte de Deus, que divide a história da humanidade: "Quem quer que nascer depois de nós, por isso mesmo, pertencerá a uma história mais elevada do qualquer outra transcorrida". E esse acontecimento, a morte de Deus, anuncia antes de qualquer coisa Zarastustra, que, depois, sobre as cinzas de Deus, erguerá a idéia do super-homem, do homem Novo. Impregnado do ideal dionisíaco, que "ama a vida" e, voltando às costas para as quimeras do "céu", voltara a "santidade da terra".

Falando de Karl Marx

Autor: Ademilson Marques de Oliveira

Falando de Karl Marx

 O pensamento de Marx formou-se em contato e contra a Filosofia de Hegel, as ideias da esquerda hegeliana, as obras dos economistas clássicos e as obras dos socialistas que ele mesmo chamaria de utópico. O afastamento de Marx em relação a Hegel fica claro desde os seus primeiros escritos, a começar pela crítica da Filosofia do direito de Hegel (1844).
Marx foi um grande crítico, como vemos de Hegel, dos economistas clássicos, do socialismo utópico, de Prodhon, da religião entre outras.
Para Marx, no mundo burguês, a filosofia, a arte seriam sempre expressões de um determinado traço marcante no mundo. Esses mecanismos eram forças da elite dominante com a finalidade de dominar a classe pobre da sociedade. Portanto, em Karl Marx, deparamos em suas obras escritos importantes sobre a " A Luta de Classes".
Nesta obra é encontrada a afirmação de que A história de toda a sociedade que existiu até o momento é a história de lutas de classes. Livres e escravos, patrícios e plebeus, barões e servos, membros das corporações e aprendizes, em suma, opressores e oprimidos, estiveram continuamente em mútuo contraste e travaram luta ininterrupta, ora latente, ora aberta, luta que sempre acabou com transformação revolucionária de toda a sociedade ou com a ruína comum das classes em luta.

FILOSOFIA DA RELIGIÃO

Autor: Ademilson Marques de Oliveira

A Religiosidade da Visão de Welte

Segundo Welte, na religião, o ser humano se encontra determinado e referido a Deus. No entanto, num tempo em que cresce o ceticismo e a descrença em deus, é preciso identificar os meios pelos quais Deus, é preciso identificar os meios pelos quais Deus pode ser vivido na Religião a partir das experiências humanas comuns. Welte propõe que são três as experiências fundamentais que permite falar em geral da experiência do divino: a experiência da existência, a experiência do nada e a do postulado do sentido.
O primeiro fato a partir do qual Welte pretende encontrar indícios da experiência religiosa é o da existência, ou seja, de que estamos aqui em nosso mundo.
A segunda experiência fundamental nessas considerações é a experiência de que em algum momento não estávamos aqui e em algum momento já não estaremos mais. Trata-se da experiência do nada.
A presença íntima do nada na existência tem consequências importantes para a própria existência. Umas das consequências é o fato de que estamos sempre nos perguntando pelos os sentidos das coisas nos diversos âmbitos de nossas vidas.
Segundo Welte, o postulado justificado da existência humana em geral
está no fundo e na raiz da existência humana, embora a sua necessidade e justificação sejam, no mais das vezes, ocultos para nós.
A exigência ética que cala em nossa consciência indica que deve haver um sentido fundamental, diz Welte.
Portanto, parece haver na abordagem de Welte uma distância considerável entre esse nada como a ocultação absoluta e o sagrado da religião.

Filosofia da Religião



Autor: Ademilson Marques de Oliveira

Fenomenologia da Experiência Religiosa Rudof Otto e Mircea Eliade

 

Sabemos da importâcia de investigar a fenomenologia da experiência religiosa a partir de elementos que sejam comuns às religiões, tal como procede Rudof Otto e Mircea Eliade. Que tal falar deles?

 

Rodolfo Otto foi Filósofo, Teólogo e Historiador das Religiões. Influenciado por Kant, Otto negava que os conceitos pudessem ser aplicados a Deus, mas, um tanto paradoxalmente, apresentou uma teoria da experiência religiosa, onde fala do contato com uma realidade bastante peculiar, à qual ele deu o nome de "luminoso".

Para Hegel, a religião é a "consciência do infinito", sendo, portanto, um a redução da religião ao que está ao seu alcance da razão. Para Otto, o racionalismo hegeliano e a tradição filosófica que buscava compreender Deus por meio de conceitos racionais são incapazes de exprimir a infinitude de Deus e de descrever corretamente o fenômeno religioso.

Otto entende que a filosofia da religião deve buscar uma compreensão que exprima melhor o que é especificamente religioso e não reduzir a religião a outros tipos de realidade ou atividades humanas.

O sentimento religioso é o sentimento do numinoso, e apenas secundariamente, é o sentimento de mim como criatura dependente do criador.

Já Mircea Eliade apesar de respeitar a opinião de Otto, ele propõe que nos ocupemos do "sagrado

em sua totalidade" e pretende fazê-lo indicando que o sagrado deve ser entendido por oposição ao profano.

Para esclarecer bem o papel central do sagrado, Eliade cita um exemplo, onde mostra o contraste entre o sagrado e o profano, no caso da análise do tempo. Segundo ele, o tempo para o homem religioso não é nem homogêneo nem contínuo. Do ponto de vista religioso, o tempo sagrado, o das festas periódicas, define-se em contraste com o tempo profano, que é o da duração temporal ordinária. Por outro lado, o tempo sagrado é reversível, é a ritualização de um evento sagrado que aconteceu num passado mítico, num começo que se deu por conta da ação dos deuses.

Para Eliade, também o homem não religioso conhece descontinuidade no tempo. Nesse sentido, a distinção sagrado/profano tem uma forte dimensão ontológica, pois, para o religioso, o sagrado é real por excelência, enquanto o profano existe de modo derivado e residual, ou seja, o profano é apenas aquilo que sobra, tirando-se o sagrado, aquilo que realmente importa.

Otto e Eliade têm vários pontos em comuns e várias diferenças também. Um dos principais pontos em comum é que ambos partem do ponto de vista religioso para compreender o que é a religião.

GESTÃO EDUCACIONAL: COMO OS SOFTWARES DE GESTÃO DE PESSOAS PODEM COLABORAR NO PROCESSO MEDIAÇÃO DE CONFLITOS?

  RESUMO O objetivo desse estudo é verificar se os softwares de gestão de pessoas colaboram na mediação de conflitos na gestão educacional. ...