Autor: Ademilson Marques de Oliveira
Segundo Agamben, o direito não está vinculado à justiça nem à verdade. Interessa ao direito apenas o procedimento e a conclusão jurídica. Para Foucault, o direito é associado a um poder soberano tradicional que não abrange as novas estruturas de poder que surgem no âmbito da biopolítica.
A dúvida de Agamben em relação a Foucault é simples: apesar de falar sobre a biopolítica, Foucault não explorou as consequências drásticas da Modernidade, como a experiência dos campos de concentração e do poder de vida e morte sobre os indivíduos.
Agamben busca compreender essa mudança moderna nas relações entre zoé e bios, articulando a inclusão de zoé no bios, ou seja, a vida na política. Ele critica Foucault e alerta sobre as catastróficas consequências da identificação moderna entre natureza e política, destacando o poder que nos torna vulneráveis à morte, como nos campos de concentração.
Para Agamben, a despolitização moderna está relacionada ao direito e às novas condições da soberania. Ele argumenta que a biopolítica se torna uma política sem política. O projeto de Agamben é pensar a política no plano da imanência, embora isso possa esvaziar a política dos sujeitos concretos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário