terça-feira, 3 de abril de 2012

Ser e Aparência na Política: Uma Reflexão na perspectiva de Hannah Arendt

Autor: Ademilson Marques de Oliveira

Segundo Hannah Arendt, a separação platônica entre o ser e a aparência marcou um passo histórico que não se limitou à experiência grega, mas se propagou por toda a civilização ocidental. 

A desvalorização da aparência como o lugar do não ser e a afirmação do ser como oposto ao aparente marcaram de forma decisiva o pensamento ocidental. No entendimento de Arendt, não há uma identidade política inata, não somos seres políticos por natureza. A ação política pode ou não surgir entre nós, ao contrário das abordagens de Husserl e Heidegger sobre a dimensão do outro. 

Para Arendt, a ação política é sempre uma interação com os outros. A construção do ser político em Hannah Arendt ocorre no espaço público, onde a ação política se manifesta e onde a pluralidade humana se estabelece. Portanto, a interação com os outros é fundamental para a constituição da identidade política de cada indivíduo. 

Segundo Arendt, a política não é apenas um meio para alcançar um fim, mas a expressão da liberdade humana e da capacidade de agir e se relacionar de forma autêntica com os outros. Ela entende que a ação política vai além da busca pelo poder ou pela dominação, sendo, na verdade, um meio de promover a convivência pacífica e o florescimento da vida em comunidade.

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