terça-feira, 3 de abril de 2012

A relação entre Agamben e Foucault

Autor: Ademilson Marques de Oliveira

A relação entre Agamben e Foucault

O direito, segundo Agamben não tem relação nem com a justiça, nem com a verdade. Interessam ao direito apenas o procedimento e a conclusão jurídica.
Para Foucault, o direito fica ligado a um poder soberano tradicional não alcançando as novas estruturas do poder, as quais se articulam no contexto da biopolítica.
A dúvida de Agamben acerca de Foucault é simples: Foucault, ainda que falando sobre a biopolítica, não chegou as consequências dramáticas da Modernidade, como a experiência dos campos de concentração, do poder de vida e morte sobre as pessoas.
As dúvidas de Agamben acerca dos projetos de Foucault e Hannah Arendt aparecem já no livro Homo sacer.
Agambem quer compreender essa mudança moderna nas relações entre zoé e bios. Articulando essa nova relação, e inclusão de zoé no bios, a vida na política, é que Agamben vai criticar Foucault e avisar acerca das consequências catastróficas da identidade moderna entre a natureza e a política. Ainda ele quer pensar o poder que nos deixa expostos à morte, como nos campos de concentração.
Segundo Agamben, a despolitização moderna está relacionada ao direito e às novas condições da soberania. Para ele, a biopolítica se torna a política sem a política.
O projeto da Agamben é pensar a política no plano da imanência. Talvez Agamben esvazie a política dos sujeitos concretos.

A Ética na Comunidade da Comunicação




Autor: Ademilson Marques de Oliveira

A Ética na Comunidade da Comunicação

Não há dúvidas de que a ética de Lévinas rompe radicalmente com o modernismo. A introdução do outro faz um contra-ponto enorme à ética do "eu", que chega ao apogeu no übermensch de Nietzsch - incompatível com a necessidade de encontrar, conhecer, reconhecer e acolher o outro. 

Pensar a ética, trazendo a perspectiva do outro, é algo realmente muito novo - não obstante outros filósofos anteriores, como Hurssel, já tenham abordado o outro em suas proposições (ao meu ver de modo insatisfatório).

Agora, algo a ser pensado com maior reflexão: em que medida a proposição ética a partir do pressuposto da comunidade da comunicação é ainda moderna e em que medida a supera?

São claras as relevantes contribuições de Habermas para a filosofia contemporânea, seja no âmbito da linguagem, seja na ética; talvez, em alguns pontos ficam duvidosos e achamos válida a crítica; sendo assim, elencamos algumas questões.

A universalidade habermasiana não significa o consenso entre um grupo discursivo, mas sim um assentimento universal. Ora, isso só seria possível se os sujeitos participantes do discurso fossem todos os sujeitos existentes ou, ao menos, os envolvidos no caso, pois imaginar o que os que não estão presentes diriam ou não significa - assim como no imperativo categórico - decidir por aquilo que "pensamos" ser o melhor para todos, por aquilo que parece ser o melhor para todos aos olhos de quem no momento compõe a comunidade discursiva. Em Habermas isso acontece num grupo de pessoas de maneira discursiva. 

Talvez o próprio Habermas faz saltar à vista seu calcanhar de Aquiles. Se, nos princípios D e U, ele exige - de sua própria ética - que a norma que não alcançar o assentimento de todos não será aceita como válida, penso que qualquer pessoa racional chega à conclusão evidente da impossibilidade da efetivação de um discurso universal. 

Nosso mundo moderno volve o olhar para 2.500 anos de investigação filosófica. O que nos oferece ela? Desde que os homens se tornaram capazes de livres especulações, suas ações, em inúmeras relações importantes, tem dependido de suas teorias quanto ao mundo e a vida humana. Mas infortunamente quase todas as questões de maior interesse para as mentes especulativas são tais que não podem ser respondidas sastifatoriamente, e os filósofos contemporâneos, abandonando a busca filosofica consagrada pelo o tempo, confessam francamente que o intelecto humano é incapaz de achar respostas conclusivas para muitas questões de profunda importância para a humanidade. Esta falta de convicção, de claridade com respeito ao significado da vida, indica claramente que algo está acontecendo ao Espírito Ocidental.
 
Muitos problemas filosóficos (éticos, ciêntíficos, políticos e econômico) existem que são de fato o resultado de pensamento emaranhado, de se abordar um problema pelo o ponto de vista errado. Em tais circunstâcias, o inquiridor fica perplexo e confuso, sente que não é capaz de achar o caminho, como quanto a sua filosofia lhe diz que algo é verdadeiro que ele simplesmente não pode crer, tal como negar a existênciar do mundo material. Ora, a abordagem certa em tal dilema não é martelar no problema tal como é exposto. Encontra-se a solução abordando o problema de maneira liversa.

Uma das principais tarefas da filosofia é, pois, remodelar problemas insolúveis, pegar o bastão pela extremidade certa. "Mostrar a mosca o caminho para sair da garrafa".

Muitos problemas filosóficos não tem de ser resolvidos. Eles se dissolvem. Não são questões reais, mas atoleiros encarados como problemas, que secam quando se drena o solo. A filosofia só pode avançar quando tais problemas são removidos, só então pode acometer as tarefas construtivas. A primeira realização da filosofia é no papel dissipadora do nevoeiro.


Fenomenologia e Modernidade

Autor: Ademilson Marques de Oliveira
Fenomenologia e Modernidade

Podemos caracterizar a Fenomenologia como uma alternativa das abordagens psicológicas da consciência, buscando uma nova possibilidade de objetividade.
O método fenomenológico está baseado em três reduções: A primeira é a fenomenológica, ou epaché, na qual a presença de um objeto na consciência é tão somente descrita, sem pressupostos teóricos, sem conexões de causa e efeito e também sem o emprego de premissas usualmente tidas como certas pelo o senso-comum. Enfim, a descrição de algo presente à consciência não implica dizer que esse algo existia de fato. A segunda redução é eidética, que consiste numa reflexão para intuir a essência do objeto presente na consciência. O conhecimento da essência dos objetos, consoante a fenomenologia, é impossível e importante. Tal método seria aplicável até mesmos as entidades matemáticas. Portanto, a fenomenologia propõe-se a ser uma ciência que produza conhecimento de essências. E a terceira se trata da redução que conduz aos processos de formação do objeto presente à consciência. Nessa etapa, reflete-se sobre as articulações que conduzam a formação de tal conceito, tomando-se em consideração essa grande variedade de dados da experiência.
A fenomenologia foi uma das escolas mais influentes e duradoras do século XX, pois se tornou objeto de interesse não apenas dos Filósofos, mas também de especialistas de diversas ciências, principalmente das humanas.

Sobre Nietzsche

Sobre Nietzsche
Autor: Ademilson Marques de Oliveira

Nietzsche nasceu em 15 de outubro de 1844, em Rocken, nas proximidades de Lutzen. Estudou filologia clássica em Bonn e em Lípsia, onde teve por mestre Friedrich Ritschl. Foi um estudioso da obra de Schopenhauer, esta leitura foi de bastante importância para o desenvolvimento do pensamento deste teórico.
Nas pegadas de Schopenhauer, Nietzsche entende que a vida é cruel e cega irracionalidade, dor e destruição. Só a arte pode oferecer ao indivíduo a força e a capacidade de enfrentar a dor da vida.
Em 1872, o filósofo em sua obra: "O nascimento da tragédia" procura mostrar que a civilização grega pré-socrática explodiu em vigoroso sentido trágico, que é aceitação extasiada da vida, coragem diante do destino e exaltação dos valores vitais.
No anúncio da "morte de Deus", para Nietzsche o homem elimina o mundo do sobrenatural, mas, assim, fazendo, infringe também o quadro dos valore e ideais a ele ligados. E, assim, nos encontramos sem ponto de referencia: nós matamos Deus e com ele desapareceu o homem velho, mas o homem novo ainda não apareceu.
A morte de Deus é um fato que não têm paralelos. É acontecimento que divide a história da humanidade. Não é o nascimento de Cristo, e sim a morte de Deus, que divide a história da humanidade: "Quem quer que nascer depois de nós, por isso mesmo, pertencerá a uma história mais elevada do qualquer outra transcorrida". E esse acontecimento, a morte de Deus, anuncia antes de qualquer coisa Zarastustra, que, depois, sobre as cinzas de Deus, erguerá a idéia do super-homem, do homem Novo. Impregnado do ideal dionisíaco, que "ama a vida" e, voltando às costas para as quimeras do "céu", voltara a "santidade da terra".

Falando de Karl Marx

Autor: Ademilson Marques de Oliveira

Falando de Karl Marx

 O pensamento de Marx formou-se em contato e contra a Filosofia de Hegel, as ideias da esquerda hegeliana, as obras dos economistas clássicos e as obras dos socialistas que ele mesmo chamaria de utópico. O afastamento de Marx em relação a Hegel fica claro desde os seus primeiros escritos, a começar pela crítica da Filosofia do direito de Hegel (1844).
Marx foi um grande crítico, como vemos de Hegel, dos economistas clássicos, do socialismo utópico, de Prodhon, da religião entre outras.
Para Marx, no mundo burguês, a filosofia, a arte seriam sempre expressões de um determinado traço marcante no mundo. Esses mecanismos eram forças da elite dominante com a finalidade de dominar a classe pobre da sociedade. Portanto, em Karl Marx, deparamos em suas obras escritos importantes sobre a " A Luta de Classes".
Nesta obra é encontrada a afirmação de que A história de toda a sociedade que existiu até o momento é a história de lutas de classes. Livres e escravos, patrícios e plebeus, barões e servos, membros das corporações e aprendizes, em suma, opressores e oprimidos, estiveram continuamente em mútuo contraste e travaram luta ininterrupta, ora latente, ora aberta, luta que sempre acabou com transformação revolucionária de toda a sociedade ou com a ruína comum das classes em luta.

FILOSOFIA DA RELIGIÃO

Autor: Ademilson Marques de Oliveira

A Religiosidade da Visão de Welte

Segundo Welte, na religião, o ser humano se encontra determinado e referido a Deus. No entanto, num tempo em que cresce o ceticismo e a descrença em deus, é preciso identificar os meios pelos quais Deus, é preciso identificar os meios pelos quais Deus pode ser vivido na Religião a partir das experiências humanas comuns. Welte propõe que são três as experiências fundamentais que permite falar em geral da experiência do divino: a experiência da existência, a experiência do nada e a do postulado do sentido.
O primeiro fato a partir do qual Welte pretende encontrar indícios da experiência religiosa é o da existência, ou seja, de que estamos aqui em nosso mundo.
A segunda experiência fundamental nessas considerações é a experiência de que em algum momento não estávamos aqui e em algum momento já não estaremos mais. Trata-se da experiência do nada.
A presença íntima do nada na existência tem consequências importantes para a própria existência. Umas das consequências é o fato de que estamos sempre nos perguntando pelos os sentidos das coisas nos diversos âmbitos de nossas vidas.
Segundo Welte, o postulado justificado da existência humana em geral
está no fundo e na raiz da existência humana, embora a sua necessidade e justificação sejam, no mais das vezes, ocultos para nós.
A exigência ética que cala em nossa consciência indica que deve haver um sentido fundamental, diz Welte.
Portanto, parece haver na abordagem de Welte uma distância considerável entre esse nada como a ocultação absoluta e o sagrado da religião.

Filosofia da Religião



Autor: Ademilson Marques de Oliveira

Fenomenologia da Experiência Religiosa Rudof Otto e Mircea Eliade

 

Sabemos da importâcia de investigar a fenomenologia da experiência religiosa a partir de elementos que sejam comuns às religiões, tal como procede Rudof Otto e Mircea Eliade. Que tal falar deles?

 

Rodolfo Otto foi Filósofo, Teólogo e Historiador das Religiões. Influenciado por Kant, Otto negava que os conceitos pudessem ser aplicados a Deus, mas, um tanto paradoxalmente, apresentou uma teoria da experiência religiosa, onde fala do contato com uma realidade bastante peculiar, à qual ele deu o nome de "luminoso".

Para Hegel, a religião é a "consciência do infinito", sendo, portanto, um a redução da religião ao que está ao seu alcance da razão. Para Otto, o racionalismo hegeliano e a tradição filosófica que buscava compreender Deus por meio de conceitos racionais são incapazes de exprimir a infinitude de Deus e de descrever corretamente o fenômeno religioso.

Otto entende que a filosofia da religião deve buscar uma compreensão que exprima melhor o que é especificamente religioso e não reduzir a religião a outros tipos de realidade ou atividades humanas.

O sentimento religioso é o sentimento do numinoso, e apenas secundariamente, é o sentimento de mim como criatura dependente do criador.

Já Mircea Eliade apesar de respeitar a opinião de Otto, ele propõe que nos ocupemos do "sagrado

em sua totalidade" e pretende fazê-lo indicando que o sagrado deve ser entendido por oposição ao profano.

Para esclarecer bem o papel central do sagrado, Eliade cita um exemplo, onde mostra o contraste entre o sagrado e o profano, no caso da análise do tempo. Segundo ele, o tempo para o homem religioso não é nem homogêneo nem contínuo. Do ponto de vista religioso, o tempo sagrado, o das festas periódicas, define-se em contraste com o tempo profano, que é o da duração temporal ordinária. Por outro lado, o tempo sagrado é reversível, é a ritualização de um evento sagrado que aconteceu num passado mítico, num começo que se deu por conta da ação dos deuses.

Para Eliade, também o homem não religioso conhece descontinuidade no tempo. Nesse sentido, a distinção sagrado/profano tem uma forte dimensão ontológica, pois, para o religioso, o sagrado é real por excelência, enquanto o profano existe de modo derivado e residual, ou seja, o profano é apenas aquilo que sobra, tirando-se o sagrado, aquilo que realmente importa.

Otto e Eliade têm vários pontos em comuns e várias diferenças também. Um dos principais pontos em comum é que ambos partem do ponto de vista religioso para compreender o que é a religião.

GESTÃO EDUCACIONAL: COMO OS SOFTWARES DE GESTÃO DE PESSOAS PODEM COLABORAR NO PROCESSO MEDIAÇÃO DE CONFLITOS?

  RESUMO O objetivo desse estudo é verificar se os softwares de gestão de pessoas colaboram na mediação de conflitos na gestão educacional. ...