domingo, 28 de janeiro de 2024

OS PROCESSOS DA GESTÃO ESCOLAR NA PERSPECTIVA DEMOCRÁTICA: O QUE REVELA UMA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA REALIZADA?

Este artigo, é de autoria de, Ademilson Marques de Oliveira. Ele foi publicado na Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento, em Fevereiro de 2023.


Resumo:

A gestão democrática e participativa que busca e trabalha para a criação de novos espaços educacionais procura superar as dificuldades inerentes à concretização de uma escola pública de qualidade. Este texto, resultado de uma pesquisa, orienta-se a partir da seguinte questão: como a gestão escolar pode colaborar na busca por melhoria na qualidade do ensino público? Portanto, é objetivo deste estudo contribuir para a qualificação/aperfeiçoamento na formação de gestores escolares e demais pessoas que desejem adquirir conhecimentos em processos de gestão escolar na perspectiva democrática. Para este trabalho, optou-se por uma pesquisa bibliográfica. Desta forma, buscou-se conhecer os vários conceitos de gestão democrática educacional em artigos, teses e dissertações. Por fim, conclui-se, com base no material bibliográfico consultado, que o trabalho coletivo apresenta fundamental importância frente às demandas do dia a dia do ambiente escolar. Entretanto, percebe-se a necessidade da gestão democrática como instrumento motivador que contribui para a qualidade do ensino público.

Palavras-chave: Educação, Gestão democrática, Qualidade.


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Relato de experiência: Covid-19 versus Google Classroom no ensino remoto da UFES

 Este artigo, é de autoria de, Ademilson Marques de Oliveira. Ele foi publicado na Revista Pró-Discente: Caderno de Produção Acadêmico-Científica. Vitória-ES, v. 28, n. 2, p. 115-130, jul./dez. 2022.


Resumo:

O estado do Espírito Santo, bem com as demais regiões brasileiras, foi afetado pela crise sanitária causada pela Covid 19, que aflige toda a humanidade e, nesse sentido, a Universidade Federal do Espírito Santo, em 2020, precisou adaptar seu funcionamento às novas condições impostas pela pandemia, sobretudo no que se refere ao distanciamento social, que levou à implementação do ensino remoto em grande parte das instituições educacionais brasileiras. Desse modo, nosso estudo parte da seguinte questão problema: por que é importante buscar compreender a perspectiva do aluno no processo de ensino e aprendizagem na utilização do Google Classroom? Assim, buscamos demonstrar a importância de enxergar o aluno como centro da atenção, a fim de proporcionar um ensino qualitativo. As reflexões deste trabalho decorrem de nossa experiência como discentes na disciplina de Biologia/Embriologia, no curso de graduação em Terapia Ocupacional na UFES. Conclui-se que o Classroom é um software de grande valia pois trata-se de uma ferramenta necessária no ensino remoto da UFES. Finalmente, sugere-se curso de aperfeiçoamento do uso dessa ferramenta tecnológica para professores e alunos para seu uso no período pós-pandêmico diante da possibilidade da implementação do ensino híbrido. 

 Palavras-chave: Ensino remoto. Universidade Federal do Espírito Santo. Google Classroom.  


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O GOOGLE CLASSROOM NO ENSINO REMOTO DA UFES NA PERSPECTIVA DOS PROFESSORES

Este artigo, é de autoria de: Ademilson Marques de Oliveira; Marcelo Augusto Rauh Schmitt. Foi publicado na # Tear - Revista de Educação, Ciência e Tecnologia, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, em julho de 2023.

Resumo:

Este estudo pertence à área das tecnologias educativas, mais especificamente, se concentra no ensino remoto durante o período da pandemia da Covid-19. Buscou-se compreender como o software Google Classroom pode colaborar para a qualidade do processo de ensino e aprendizagem e impactar no ensino da rede pública de Ensino Superior. Dessa forma, analisou-se como o Google Classroom foi utilizado na Universidade Federal do Espírito Santo para a implementação do ensino remoto em cursos de graduação. Verificou-se, ainda, como se dá o processo de ensino e aprendizagem por meio desse software e se ele é um recurso que influencia positivamente na qualidade da prática docente, a fim de sugerir seu uso para outras instituições de ensino como uma ferramenta tecnológica de apoio ao ensino presencial. Este estudo de caso é de abordagem qualitativa e de natureza aplicada. Conclui-se que o uso do Google Classroom foi viável no ensino remoto da UFES e poderá colaborar para a potencialização da qualidade do ensino híbrido na educação superior. 

Palavras-chave: Tecnologia. Educação. UFES.

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OS PROCESSOS DE BUSCA DA QUALIDADE EDUCACIONAL NA PERSPECTIVA DA GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA

Este artigo, é de autoria de, Ademilson Marques de Oliveira. Ele foi publicado da Revista de Pedagogia da Universidade Federal de Mato Grosso, em julho de 2023.

Resumo

A gestão democrática e participativa da educação - que busca e trabalha para a criação de novos espaços educacionais - procura superar as dificuldades inerentes à concretização de uma escola pública de qualidade. O tema desse artigo formula a seguinte questão/problema: “Como a gestão escolar pode colaborar na busca por melhoria na qualidade do ensino público?” Justifica-se este trabalho pela importância de competência e habilidades voltadas para uma Gestão Educacional Democrática, focado da liderança e na qualidade no ensino público. Portanto, é objetivo desse estudo contribuir para o debate sobre a importância da qualificação/aperfeiçoamento na formação de Gestores Escolares e demais pessoas que desejem adquirir conhecimentos em processos de gestão escolar na perspectiva democrática. Este artigo é de relevância para todos da área da Educação, como diretores, coordenadores, pedagogos, professores e demais agentes educacionais. Para este trabalho optou-se como metodologia uma resenha bibliográfica, na qual procuramos conhecer alguns importantes conceitos de Gestão Democrática Educacional. Finalmente conclui-se que o trabalho coletivo se apresenta como uma ação de fundamental importância frente às demandas do dia-a-dia no ambiente escolar. Por outro lado, percebe-se a necessidade da Gestão Democrática como instrumentos motivadores que contribui para a qualidade do ensino público. 

PALAVRAS-CHAVES: Educação. Gestão Democrática. Qualidade. 

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quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

As Praias de Búzios



Poetizando Búzios: o parto da alma poética

Barulho do mar, que faz pensar,
Que me faz sentir as razões da vida.

Praias boas são a de: João Fernandes, Azeda e Geribá,
Também há as praias de Tartaruga, da Ferradura e a dos Ossos,
Não esqueço mais de lá.

Lugar de gente boa, entre tantas do Brasil,
É a de Búzios, Rio de Janeiro.
Entre nativos e turistas,
Que povo gentil, acolhedor e hospitaleiro!

Lá, o barulho do mar,
Me possibilitou voltar,
No ontem e lembrar,
De imagens queridas!

E a Rua das Pedras?
Que local de emoção!
Onde os turistas se encontram,
Para alegrar o coração.

Assim, descrevo Búzios:
Lugar divino, um templo santo.
Local de bela natureza e gente bonita,
É um verdadeiro encanto.

Foi lá, com o barulho do mar,
Onde pude mergulhar,
No fundo do peito,
Onde a alma se esconde.

Escrito por: Ademilson Marques de Oliveira, em 17/12/2018



segunda-feira, 27 de agosto de 2018

ANÁLISE DO FILME MELHOR É IMPOSSÍVEL

AUTOR: ADEMILSON MARQUES DE OLIVEIRA


O filme, “Melhor é Impossível”, é uma obra de: James Brooks com Jack Nicholson. Nele, depara-se com o personagem Melvin, este apresenta sintomas obsessivos, tais como: fechar a porta por diversas vezes, contando todas as ações. Ele também tem outras manias, como acender e apagar as luzes na mesma proporção que tranca a porta. Fica sempre calçado e com luvas nas mãos. Ao sair de casa, só come com talheres de plásticos. Troca de sabonete várias vezes, ainda que novo, ao lavar as mãos, como se o sabonete fosse descartável. Morre de medo de ser contaminados por pessoas e coisas. Só anda com o olhar fixo ao chão, entre outros.

Diante dos fatos, percebe-se que, estamos diante de um quadro de Transtorno Obsessivo Compulsivo, portanto, Melvin, apresenta um quadro de TOC. Ocorre que, o paciente, mesmo depois de diagnosticado rejeita tomar as medicações, de acordo com as orientações do médico psiquiatra.

O TOC é um quadro de sintomas que podemos chamar de psicopatologia, sendo que, por meio de suas manifestações são passíveis de identificação na clínica. Provavelmente o próprio paciente percebe os sintomas, devidos às angústias que são acometidas.

Na medida em que o tempo passava, o Melvin desenvolvia comportamentos agressivos. Porém, certo dia, o senhor Simon Nye, vizinho de Melvin, após sofrer um assalto foi encaminhado ao hospital. Neste contexto, Melvin é solicitado a cuidar do cachorro de estimação do vizinho. Assim, nasceu um afeto entre um cachorro e o seu provedor de cuidados do animal, e esta nova situação moldou o comportamento do Melvin, o que possibilitou o surgimento de uma amizade com Carol e Simon – um sentimento capaz de finalmente fazê-los felizes.

Finalmente, Melvin, se apaixonou por Carol, e, portanto, aos poucos ele se liberta dos sintomas psicossomáticos, parando com alguns rituais. Passando a ser uma pessoa melhor, visando o amor de Carol. Enfim, ele desejava que Carol se apaixonasse por ele.

Aqui vale ressaltar as ideias de Lacan, ele fala que, o desejo se constrói no caminho da demanda. Portanto, toda demanda é demanda de amor. O afeto, desenvolvido no Melvim, no fundo é um desejo, pois ele se relaciona com vazio central no qual pode se localizar a causa do desejo. O desejo como falta representa a coisa ausente que ele visa.

Em uma linguagem mais romântica podemos inferir o poder do amor, ele pode curar as pessoas. O fato é que no filme, os sintomas de Melvin diminuíram significativamente, após se apaixonar por Carol, inclusive passou a ter mais responsabilidades, ao passo que, ele voltou a se medicar, visando ser um ser humano melhor. Ele desejava fazer a sua amada feliz. Com esta mudança de comportamentos, ele esquece um pouco de suas manias, que tinham anteriormente.

Neste sentido vale lembrar de que, o principal efeito de todas as paixões nos homens é que incitam e dispõem a sua alma a querer coisas para as quais elas lhe preparam os corpos.

Por outro lado, para Freud (1909) o significado dos comportamentos de obsessão e de compulsão se dá em decorrência do confronto de dois impulsos diferentes, com a mesma potencialidade. Mas, como podemos entender os sintomas neuróticos da obsessão?

O professor Alberto Murta (2017), sobre o tema, faz uma relação entre a clínica do obsessivo, em relação à clínica de histeria. Na clínica do obsessivo, diferente da clínica da histeria, a questão desloca-se para longe do que diz respeito ao desejo. Pelo contrário, sua questão emerge como uma questão existencial, que se formula da seguinte maneira: “estou vivo ou estou morto?” O progressivo congelamento do obsessivo pode ser explicitado na sua posição de ocupar o morto. No fundo, ele é um morto enjaulado, carregando em quaisquer deslocamentos, sua própria jaula. Em outras palavras, ele se põe como morto para justamente não querer saber nada de seu desejo. (pag. 46).

Segundo Lacan, o sujeito obsessivo apresenta muita complexidade, pois, para ele, o paciente, no mesmo tempo mostra e não mostra o seu real desejo. Dessa forma, surge um questionamento: qual é o status da vida do obsessivo? “Ora, a ilusão, a fantasia mesma que está ao alcance do obsessivo é, afinal de contas, que o Outro como tal consinta em seu desejo”. (LACAN, 1999, p. 429).

Em resumo, o filme, “Melhor é Impossível”, disponibilizou os sintomas e as características da neurose obsessiva, ou melhor, do TOC. O protagonista do filme, Melvin Udall possibilitou excelentes reflexões acerca na clínica do obsessivo, como também, a importância da afetividade, do amor, do carinho e do desejo na vida humana, visto que, percebemos a melhora na qualidade de vida de Melvin, ao fazer a experiência do afeto, ao cuidar do cachorro e posteriormente se apaixonar por Carol.

Entretanto, o filme não relatou a história da vida infantil do protagonista, talvez, seria importante, pois essa doença, talvez, tenha ligação com fatos de sua infância. Porém, os sintomas e comportamentos, são apresentados como na explicação psicanalítica, o que valoriza a análise do filme, do ponto de vista do tema amor e paixão, em filosofia e psicanálise.


Referências Bibliográficas

FREUD, Sigmund. Edição Standart Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996. 24v.

MURTA, Cláudia; SANTOS, Jorge Augusto Silva; MURTA, Alberto. Amor & Paixão em Filosofia e Psicanálise. UFES. Vitória, 2017.

LACAN, Jacques. Outros Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003.

FILME MELHOR É IMPOSSÍVEL. Disponível em: https://player.vimeo.com/video/24561622. Acessado em: 14/08/2018.

REFLEXÕES SOBRE O AMOR



Autor: Ademilson Marques de Oliveira
professorfilosofoademilson@gmail.com

 

Afeto versus psicanálise e filosofia, segundo Tomás de Aquino


RESUMO
Neste trabalho, são apresentadas algumas reflexões sobre o conceito de afeto, a partir do pensamento de São Tomás de Aquino, e do ponto de vista da psicanálise. Dessa forma, propôs uma investigação com base nos materiais de estudo da disciplina de Amor e Paixão em Filosofia e Psicanálise, além de consultas em site que abordam a temática, a fim de responder a seguinte problemática: Qual a relação do afeto com a qualidade de vida das pessoas, na prevenção de doenças emocionais? A partir dessa indagação faremos uma abordagem de outros temas vinculados ao afeto, tais como: amor, paixão, ternura, acolhimento etc. Concluímos com este estudo que, quem cultiva o sentimento do afeto, se relaciona melhor consigo mesmo, com o outro, com a natureza e com o mundo.
Palavras chave: Afeto; Paixão; Amor; Filosofia; Psicanálise.

Reflexões/Discussões
O ser humano é um ser de diversas complexidades, e a efetividade é um tema que ultrapassa a constituição de todas as funções psíquicas superiores. É através do afeto que o homem vivência sua humanidade. Talvez, por isso, vários estudiosos, em diversas áreas do conhecimento buscaram sistematizar o conceito de afeto. Portanto, será o que São Tomás de Aquino fala sobre esta temática? E qual a visão da Psicanálise sobre o assunto?
Mas, afinal, quem foi Aquino? Segundo a historiografia, na Idade Média, por volta de aproximadamente 1244, Tomás de Aquino entrou para Ordem Dominicana. Estudou teologia em Paris, e se consolidou como um dos mais famosos filósofos de seu tempo. Assim, é visível que seus estudos contribuíram significativamente em várias áreas do conhecimento. Elas são tão valiosas, que na atualidade os seus escritos são reestudados.
Para o professor, Jorge Augusto Silva Santos (2017), o significado de paixão no pensamento de S. Tomás de Aquino é:
Tomás de Aquino distingue três gêneros de potências vitais, que correspondem à tríplice forma de vida que aparece no homem, segundo a concepção clássica proveniente de Aristóteles, a saber: 1ª) As potências da vida vegetativa (que dizem respeito às faculdades da nutrição, do crescimento e da geração); 2ª) As potências da vida sensitiva (que abarcam as faculdades cognoscitivo-sensitivas); 3ª) As potências da vida intelectiva (que pertencem ao intelecto abstrativo, ao intelecto cognoscente e à potência intelectivo-afetiva chamada “vontade”). Ainda garante que, “Tomás de Aquino distingue cinco gêneros supremos de potências vitais: potências vegetativas, sensitivas, intelectivas, apetitivas e motoras”. “Três são as potências de ordem vegetativa: a nutrição, o crescimento e a geração. (p. 9).

Neste sentido lembramos que na filosofia, o afeto é entendido como emoções positivas. De certa forma, elas estão ligadas as paixões. Por outro lado, as emoções ligam-se as pessoas, já os afetos, talvez, são as emoções que estão conectadas nas relações interpessoais. Neste contexto, deparamos com vários adjetivos que nos remetem ao afeto, tais como: apego, gratidão, devoção, perdão, ternura, bondade, proteção, cobiça etc.
O pai da psicanálise, Freud, sobre o afeto, diz que:
A pulsão tem sua origem no corpo e sua ligação com a esfera psíquica é feita pelos representantes pulsionais: o afeto e a representação. O afeto é, assim, um representante pulsional, que, ao lado da representação, intermedia o acesso da pulsão à esfera psíquica, já que a primeira tem sua fonte no corpo. Para Freud, o afeto é uma energia, enquanto que a representação é uma ideia[1].
Neste contexto, em uma linguagem voltada para a psicanálise, e, também, de cunho filosófico, Santo Tomás de Aquino, apresenta o termo concupiscência, que é de grande valia para o entendimento das questões pertinentes ao afeto. Santos (2017), cita Aquino, que fala:
O termo concupiscência é uma expressão que vem do verbo latino concupiscere (= desejar ardentemente), e este provém de cúpere (= apetecer). De cúpere parecem provir os vocábulos cupido (amor ou desejo) e cupíditas (cobiça). Para ele, nos escritos do Aquinate, concupiscentia tem três acepções principais: a) appetitus ou desejo em sentido amplo; b) desejo de ordem sensível; c) desejo desordenado ou pecaminoso (sobretudo tratando-se dos deleites do tato). O desejo estritamente considerado é uma paixão concupiscível especial. Prova-se esta assertiva mostrando que dito desejo se distingue especificamente das demais paixões concupiscíveis (que versam sobre o bem ou sobre o mal simplesmente considerados). 1) Distingue-se do ódio, da aversão e da dor porque essas três paixões versam essencialmente sobre o mal, e o desejo se refere necessariamente ao bem (ou ao que é considerado como bom). 2) Distingue-se também do amor e do gozo porque o primeiro versa sobre o bem tanto presente como ausente, e o segundo só se refere ao bem presente. Chegamos assim à definição essencial da paixão do desejo: é o ato do apetite concupiscível que tende ao bem ausente, de tal modo que o desejo é um uma paixão do apetite concupiscível que tende para o bem ausente. O desejo é uma paixão essencialmente diversa da esperança, que pode ser descrita como um desejo reforçado ou lucrativo (pois se refere ao bem “árduo” ausente, e pertence ao apetite irascível) (p. 18-19).

A partir desse pensamento, é possível fazer uma reflexão sobre afetividade sensível e as paixões da alma. As paixões abalam tanto a alma que um pensamento livre como a vontade tem menos condição de se manifestar diante da presença imperiosa de uma paixão. Essa forma de pensamento que é a paixão testemunha a união íntima entre corpo e alma.
Enquanto paixão, o amor não é apenas a antecipação consciente do bem ao qual se deseja estar unido, ao passo que, esta antecipação torna-se inseparável de sua ressonância orgânica. Esta pode indicar a presença do amor onde, inicialmente ele não se faz perceber, pois o corpo pode ser o índice da paixão que afeta a alma.

Segundo Cláudia Murta, o amor é uma das condições da filosofia. A grande maioria dos filósofos aborda em suas elaborações o tema amor. O amor no fundo é desejo, pois ele se relaciona com o vazio central, no qual pode se localizar a causa do desejo.
Santos (2017) relaciona a afetividade ao apetite.  Mas, o que é o apetite?
No sentido mais geral, o termo latino appetitus (= apetite) significa o movimento interior que conduz a satisfazer uma necessidade orgânica, um instinto. Na linguagem corrente trata-se, antes de tudo, da necessidade de alimentação. Em Tomás de Aquino, a noção de “apetite” é tão vasta e geral quanto à de inclinação ou de tendência. É a inclinação, a tendência do sujeito para o que lhe convém; portanto, para o seu bem. (p. 10).

           Entretanto, para relacionar o afeto com os temas desejo e paixão deve-se incluir nessa reflexão, a noção de corpo. Na visão de Cláudia Murta, em videoconferência sobre o tema, ela afirma que toda demanda acerca da afetividade são demandas de amor. Como podemos fazer relações entre o desejo e afetos?
O desejo inclui, pois, um movimento afetivo especial em direção ao objeto amado ainda não possuído. Nesse sentido podemos dizer que a atividade afetiva se inicia no desejo, e termina no amor consumado. E no mesmo sentido costuma dizer-se que o desejo é como um amor imperfeito na mesma proporção da relação que tem o gozo para o amor perfeito. (SANTOS, 2017, p. 23).

A falta de algo com condição do desejo marca um encontro entre a filosofia e a psicanálise, ou melhor, a filosofia de Platão e Descartes e a Psicanálise de Freud e de Lacan.

Neste caso, o desejo como falta representa a coisa ausente que ele visa. Assim, a ausência o faz do desejo a estrutura de um signo e, assim, o desejo apresenta a falta. “O desejo se refere ao bem ausente simplesmente considerado e, por isso, pertence ao apetite concupiscível. A esperança versa sobre o bem ausente enquanto árduo ou de difícil obtenção, e daí que pertença ao apetite irascível” (SANTOS, 2017, p. 23).

No entanto, ao discorrer sobre o afeto, vale ressaltar o texto de Descartes que trata as questões da alma, pois ele possibilita a inclusão da noção do corpo no tema do amor. O amor é o elemento mais sublime que nos permitem criar laços de afetos, de ternura, de acolhimento, de alegria. Enfim, o afeto passa pelo acolhimento, e acolher é fazer o outro feliz, ou seja, é a mais bela experiência de amar. Portanto, para que a vida tenha mais leveza e mais encanto, seria relevante observar as palavras de Aquino: “Tratando-se das ações e das paixões humanas, tem muito valor a experiência, e movem mais os exemplos que as doutrinas” (Suma de Teologia ia -iiae,34,1). Neste contexto, nota-se a supremacia da prática, da experiência, em detrimento da teoria, ou seja, das doutrinas. Assim, ao falar sobre o conhecimento afetivo em Tomás de Aquino, Arthur Heller Britto, cita que:
O amor em si mesmo consiste nessa união ou vínculo. Por isso, Agostinho diz que o amor é quase “um laço que une ou tende a unir duas coisas, o amante e o amado”, referindo-se o une à união do afeto, sem a qual não há amor; e tende a unir, à união real[2].


Considerações Finais

Em resumo, diante das reflexões/Discussões, percebe-se a importância da filosofia e da psicanálise, como mecanismo de orientação voltado para o exercício do cultivo do afeto, como um meio de busca de equilíbrio emocional, visando criar obstáculos para o desenvolvimento de sintomas ligados as doenças emocionais.

Por outro lado, a partir das reflexões, percebemos a importância do afeto do desenvolvimento do ser humano, portanto, notamos sua importância em relação à cognição. Assim, infere-se que, as pessoas que se sentem amadas, onde há promoção de afetividade, elas tendem a se desenvolverem autoconceitos positivos. Aqui entendemos a afetividade, enquanto interatividade, que é um dos aspectos responsáveis pelo processo de aprendizagem e possui cunho afetivo-cognitivo.

Portanto, para a filosofia na visão de Aquino, como do ponto de vista da psicanálise, quem cultiva o sentimento do afeto, se relaciona melhor consigo mesmo, com o outro, com a natureza e com o mundo. Dessa forma, vive melhor, e é mais feliz!



Referências Bibliográficas

FREUD, Sigmund. Edição Standart Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996. 24v.

LACAN, Jacques. Outros Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003.

MURTA, Cláudia; SANTOS, Jorge Augusto Silva; MURTA, Alberto.  Amor & Paixão em Filosofia e Psicanálise. UFES. Vitória, 2017.



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[1] Informações retiradas da internet. Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/20706/20706_4.PDF. Acessado em: 14/08/2018.
[2] Informações retiradas da internet. Disponívell em: file:///C:/Users/VIP/Downloads/40-129-1-PB%20(1).pdf. Acessado em: 14/08/2018.

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