Autor: Ademilson Marques de Oliveira
Sabemos que para entendermos a história precisamos considerar o espírito da época. Nesta pegada, entende-se que a importância do conceito da representação se dá devido ter ganhado espaço juntamente com os conceitos de mito, imaginário, memória, etc.
Portanto, significamos o
conceito de representação de duas formas:
1º - a representação
apresenta uma caixa ausente (o que se representa é diferente daquilo que é
representado);
2º - a representação como
exposição de uma presença.
Chartier fala que a
representação deve ser compreendida como: ... “o produto do resultado de uma
prática. Então, um fato nunca é fato. Seja qual for o discurso ou meio, o que
temos é a representação do fato...” (Makowiecky, 2003, p.4).
Nos atos e fatos históricos
e atuais que revelam os costumes, cultura, crença, mitos e verdades são de
fatos representações de um discurso de época, ou seja, de cada momento
histórico. Eles podem ser interpretados de diversas formas, considerando o
contexto e a subjetividade dos sujeitos que os interpretam, por mais este
motivo é tão importante o conceito de representação para entendermos uma
sociedade no tempo.
Portanto, a difusão cultural
exige um julgamento da relação entre três polos: o texto, o objeto que o
comunica e a recepção. “As variações dessa relação triangular produzem, com
efeito, mudanças de significado”, (Chartier, 2001, p.221).
Já as descontinuidades são
importantes para entendermos a história, pois não há verdade absoluta. O
conhecimento não é estático, mas sim, dinâmico. De vez enquanto, deparamos com
quebras de paradigmas. Portanto, em cada momento histórico temos uma
representação para algo que julgamos como verdade ou falso.
Para Foucault, a episteme
são tendências particulares de um período histórico. Para o Filósofo, se um
discurso é produzido historicamente, de acordo com a episteme da época de sua
produção, não é possível procurar pelas continuidades, pelas permanências
históricas. É necessário estimular a procura pelas descontinuidades, pelo que é
disperso.
Para Foucault “não há uma natureza do conhecimento, uma essência do
conhecimento, condições universais para o conhecimento, mas que o conhecimento
é, cada vez, o resultado histórico...” (FOUCAULT, 2005, p.24).
Portanto, o sujeito fica
articulado no contexto histórico e político. Não existe o sujeito, mas as
formas históricas da constituição, ou melhor, dizendo, não existe o sujeito,
mas as formas de sujeição. O sujeito aparece como o efeito do poder. Não existe
o sujeito constitutivo, talvez, seja o recado da indagação proposta.
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