quarta-feira, 14 de março de 2018

A originalidade de Freud na consideração do prazer como fundamento da vida passional



Autor: Ademilson Marques de Oliveira

Resumo: Ao refletirmos sobre a característica passional em Freud, entende-se a necessidade de voltar o pensamento reflexivo para as questões ligado a saúde psíquica ou neurológica. Assim, pretendemos pontuar algumas consequências relacionadas às questões emocionais, onde será feito uma reflexão sobre prazer/desprazer. Então, a nossa questão central é: Como evitar sintomas de doenças, de cunho passional, na visão freudiana? Como isso, visamos identificar mecanismos que sirvam de obstáculos para o desenvolvimento de doenças psicossomáticas, visando uma melhor qualidade de vida.

Palavras Chave: Freud; Prazer-Desprazer; Sensações; Doenças; Passional.

Introdução
Através desse artigo pretende-se abordar a temática através das seguintes indagações: Qual pensamento de Freud sobre o prazer como fundamento da vida passional? Qual a importância das sensações e suas relações com os princípios mecânicos? Será que é possível notar uma continuidade quanto ao tema das paixões, entre o empirismo inglês, o materialismo francês e a concepção da psicanálise freudiana? E o que ele aborda sobre a vida passional, e suas consequências?
O nosso objetivo é fazer uma reflexão sobre o recorte histórico, em buscar de relacionar o empirismo inglês, o materialismo francês, com a concepção psicanalítica freudiana, buscando entender a originalidade do prazer como fundamento da vida passional em Freud.
Com isso, visamos encontrar mecanismos de identificação de vários tipos de doenças ligadas a questões emocionais, e identificar possibilidades de viver com uma melhor qualidade de vida.

Discussão do tema:
Segundo o recorte bibliográfico de Freud, fica visível o seu empenho na busca de tentar compreender os seres humanos, para além do que era considerado “padrão” de sua época, enquanto o natural era estudar o consciente, ele vai além, e propõe o estudo do inconsciente, por meio da Psicanálise.
Ao abordarmos as ideias do fundador da psicanálise, algumas características, ligada ao espírito da época merecem ser relembrados, considerando que Freud viveu entre os anos de 1856 a 1939. Ele é descendente de família judaica, nasceu em Freiberg (na Morávia). Diversos acontecimentos aconteciam do mundo afora, nesta época, mas alguns merecem destaque, tais como: a “Primeira Guerra Mundial” e o início da “Segunda Guerra Mundial”, além da forte perseguição de Adolf Hitler, aos judeus.
Diante das situações, sua família muda-se para Viena em busca de melhor qualidade de vida. Lá os judeus tinham melhor aceitação social. Nesta época Freud tinha apenas quatro anos, na vida acadêmica, formou-se em Medicina em 1881, através da Universidade de Viena, e especializou-se em Neurologia; Ele também é considerado importante Psicólogo Austríaco. Além de lhe ser atribuído o título de criador, ou seja, o pai da Psicanálise.
Para Freud, o desejo na condição de movimento, talvez, pode ser caracterizado como um dado primário do ligamento da vida passional e da estrutura mental, isso é possível, pois, seu mecanicismo direciona a noção de que um comportamento reativo em relação a um estímulo, lembrando que, desejo ou aversão, não pode ser evitado ou abandonado no campo de forças que é a natureza. Portanto, prazer e desprazer, e da mesma forma, amor e ódio, surgem como resultado desse mecanismo reativo, sendo bem ou mal sucedido, respectivamente.
A primeira engrenagem na mecânica do desejo é a sensação. Neste caso a sensação é provocada através corpo exterior, ou seja, pelos órgãos dos sentidos, tais como: (audição, visão, olfato, paladar e tato) que encarregam de levar ao cérebro uma impressão que busca definir ou transmitir a sensação.
É importante destacar que, talvez, seja possível definir o desejo como a busca de objetos úteis, enquanto a aversão como à recusa dos objetos hostis. Na esteira desses novos pensamentos na construção do conhecimento psicanalítico, percebe-se que é possível notar uma continuidade quanto ao tema das paixões, entre o empirismo inglês, o materialismo francês e a concepção da psicanálise freudiana, pois nota-se que nesse contexto histórico, a ideia de prazer, pensado por Freud está relacionada com o estatuto de prazer da modernidade.
Portanto, na busca de entender as paixões no pensamento freudiano, é importante voltar o olhar ao passado, e fazer um recuo cronológico a algumas definições de Hobbes e Locke, para alcançar o século XVIII. Neste século a noção de natureza humana e de vida passional passou a ter um novo entendimento. As ocorrências desses fatos se deram devido o século XVIII, por meio de teóricos, como da corrente do materialismo francês, que desenvolveram abordagens novas resignificando a noção de prazer.
Desta forma, é possível um diálogo com a psicanálise freudiana, por exemplo: nas abordagens sobre a construção sensorial das funções psíquicas, bem como a temas pertinentes ao estatuto geral do prazer, na concepção da paixão, de acordo com as especificidades conferidas por Freud.
É importante ressaltar que, por volta do século XVII, era do mecanicismo, surge Hobbes. Sua Filosofia, juntamente com a de Candillac e Loocke colaboraram no campo teórico de concepções de Freud.
Para Hobbes, a natureza humana é a soma das suas faculdades e potências naturais, tais como as faculdades da nutrição, movimento, geração, sensação, razão, etc. Unanimemente, chamamos estas potências de naturais, e elas estão contidas na definição do homem sob estas palavras: animal e racional. Dessa forma, foram divididas as faculdades em: corpo e mente.
Assim, as do corpo foram divididas em três: categorias: potência nutriz, motriz e geratriz. Quanto às da mente, ele reconheceu apenas dois tipos: a cognitiva (também chamada imaginativa ou conceptiva) e a motriz. Então, Hobbes entende que:
“a imaginação nada mais é, portanto, senão uma sensação diminuída, e encontra-se nos homens, tal como em muitos outros seres vivos, quer estejam adormecidos, quer estejam despertos” (1651, p. 11).
Hobbes dispensava qualquer Lei Natural ou qualquer autoridade sobrenatural. Ele era abertamente utilitarista. Para o utilitarista, o que importa é a felicidade. Neste caso entende-se por felicidade o prazer e a ausência de dor. Já por infelicidade, a privação do prazer. Vale lembrar que, quem criou um sistema de ética baseado no prazer foi Jonh Stuart Mill.
Freud relacionou o funcionamento do corpo ao mecanicismo do prazer, ou seja, a fuga do desprazer. Então, ao indagar, o que é o homem? E, como ele pode ser pensado? Freud responde: Ele pode ser pensado como princípio do prazer. Daí sua importância na construção do edifício do conhecimento, devido sua originalidade na consideração do prazer como fundamento da vida passional.
Com Freud, o homem quer o repouso, ou seja, o escoamento. O “pai da psicanálise” ao analisar os estudos realizados anteriormente sobre o principio do prazer, ele o ressignifica. Então, ele identifica a ideia da fuga da dor, como elemento necessário para o prazer.
Portanto, percebe-se a importância de entender o prazer como fundamento da vida passional. Entende-se que paixões reprimidas podem causar delírios, bem como os ataques histéricos que, são atitudes e posturas de movimento passional. Além disso, várias doenças psicossomáticas podem surgir na vida do ser humano, devido a ausência do equilíbrio emocional.
Para Freud: “os distúrbios psíquicos são alterações no curso e na associação de ideias, inibições na atividade da vontade, exagero e repressão dos sentimentos etc.”. Dessa forma, conclui-se que, quem se autoconhece, e, que buscar viver com plenitude sua identidade poderá ter uma qualidade de vida melhor, se prevenindo de vários tipos de doenças.

Conclusões
Conclui-se, que, em Freud, o ponto de vista referente a ciência natural ou quantitativa não se separa do qualitativo, bem como das Teoria das Paixões.
Também, é visível a importância de estudar o empirismo inglês, o materialismo francês, para compreender com qualidade a concepção psicanalítica freudiana.
Por outro lado, percebe-se a especificidade do prazer em Freud, do mesmo modo, a possibilidade de entender o desprazer.
Vale lembrar que os sentimentos de prazer e desprazer estão ligados na vida passional, segundo, o fundador da psicanálise. Para ele a privação do prazer, ou seja, as paixões reprimidas podem ocasionar diversos tipos de doenças, ligadas a questões emocionais.
Diante da proposta freudiana, entende-se que o equilíbrio emocional colabora na prevenção de doenças, como histerias, neuroses, enfim, vários tipos de sintomas psicossomáticos. Isso inclui as questões ligadas às paixões e sexualidade.

Referencia Bibliográfica:
BOCCA, Francisco Verardi. Paixões e Psicanálise: Dimensões Modernas da Natureza Humana. Vitória-ES: UFES, Secretaria de Ensino à Distância, 2017.

CONDILLAC, E. B. 1993: Tratado das sensações. Campinas, Ed. Unicamp.

HOBBES, T. 1979: Leviathan. S. P., Abril Cultural.

REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia – Do Romantismo até nossos dias. Vol. 3. 8ª ed. São Paulo: Paulus, 2007.

SAFATLE, Vladimir. Freud como Teórico da Modernidade Bloqueada. Vitória-ES, UFES, 2017.


https://prezi.com/rpuuwbfnjwmi/freud/. Acessado em: 20/02/2018.




Paixões e Psicanálise



Fichamento

HOBBES, Thomas. Capítulos: Leviatã. Tradução de João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. _
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FRANCISCO, V. Bocca. Paixões e Psicanálise: Dimensões Moderna da Natureza Humana. Vitória, ES: UFES, 2017.     __________________________________________________________________________

Hobbes concluiu que o homem embora vivendo em sociedade, não possui o instinto natural de sociabilidade, como afirmou Aristóteles. Cada homem sempre encara seu semelhante como um concorrente que precisa ser dominado. Onde não ouve o domínio de um homem sobre outro, dirá Hobbes, existirá sempre uma competição intensa até que esse domínio seja alcançado.

Nesta disputa infindável entre os homens em estado de natureza foi gerar um estado de guerra e de matança permanente nas comunidades primitivas. Nas palavras de Hobbes: "o homem é o lobo do próprio homem". A única solução foi a criação artificial da sociedade política, administrada pelo Estado. Os homens tiveram que firmar um contrato entre si, pelo qual um transferia seu poder de governar a si próprio para um terceiro - o Estado, para que esse governasse a todos, impondo ordem, segurança, e direção a conturbada vida social. Essas ideias foram apresentadas por Hobbes em sua obra Leviatã.

Para Hobbes, a única maneira que os homens tinham para instruir, entre si, um poder comum era conferir toda sua força e poder a um homem, ou a uma assembleia de homens, que possa reduzir suas diversas vontades, por pluralidade de votos, a uma só vontade. É na autoridade que consiste a essência do Estado, a qual pode ser assim definida: uma pessoa de cujos atos uma grande multidão, mediante pactos recíprocos uns com os outros, foi instituída por cada um como autora, de modo a ela poder usar a força e os recursos de todos, da maneira que considerar conveniente, para assegurar a paz e a defesa comum. Àquele que é portador dessa pessoa se chama Soberano, e dele se diz que possui poder soberano. Todos os restantes são súditos. Hobbes imagina um estado de natureza marcado pela violência e pela "guerra de todos contra todos

Paixões e Psicanálise: Dimensões Moderna da Natureza Humana



Fichamento

Paixões e Psicanálise: Dimensões Moderna da Natureza Humana, módulo: 01, páginas: 01 a 11.

HOBBES, Thomas. Capítulos: I e II, obra Leviatã. __________________________________________________________________________
FRANCISCO, V. Bocca. Paixões e Psicanálise: Dimensões Moderna da Natureza Humana. Vitória, ES: UFES, 2017. _    ________________________________________________________________________

Por meio desse fichamento busca-se identificar a concepção mecânica da natureza humana, a construção sensorial     das     ideias, o destaque dado às sensações como seu fundamento e, por fim, a noção de movimento que subjaz à de natureza.

Na Era Moderna diversos acontecimentos ocorreram no mundo. Vários intelectuais de destaque surgiram. No universo do conhecimento, várias quebras de paradigmas aconteceram.

Neste contexto, talvez, indagações como estas foram feitas: O que é o homem? O que move o homem? O homem vive em busca de quê? Respostas para estas perguntas se deram de diversas formas, em momentos diferentes. No início falavam que era o amor e o ódio; Já no meio, ou na fase intermediária pensavam que era o desejo; E, no fim da Era Moderna, entenderam que era o prazer e o desprazer. 

Por volta do século XVII, era do mecanicismo, surge Hobbes. Sua Filosofia, juntamente com a de Candillac e Loocke colaboraram no campo teórico de concepções de Freud.

Para Hobbes, a natureza humana é a soma das suas faculdades e potências naturais, tais como as faculdades da nutrição, movimento, geração, sensação, razão, etc. Unanimemente, chamamos estas potências de naturais, e elas estão contidas na definição do homem sob estas palavras: animal e racional. Dessa forma, foram dividida as faculdades em: corpo e mente.

Assim, as do corpo foram divididas em três: categorias: potência nutriz, motriz e geratriz. Quanto às da mente, ele reconheceu apenas dois tipos: a cognitiva (também chamada imaginativa ou conceptiva) e a motriz.

Segundo Hobbes, a causa da sensação é o corpo exterior, ou seja, que pressiona o órgão próprio de cada sentido [...] a qual pressão, pela mediação dos nervos, e outras cordas e membranas do corpo, prolonga para dentro em direção ao cérebro e coração, causa ali uma resistência, ou contrapressão, ou esforço do coração, para se transmitir; cujo esforço, porque para fora, parece ser de algum modo exterior. É a essa aparência, ou ilusão, que os homens chamam sensação.

Diante dos fatos Hobbes chegou a seguinte conclusão: “a imaginação nada mais é, portanto, senão uma sensação diminuída, e encontra-se nos homens, tal como em muitos outros seres vivos, quer estejam adormecidos, quer estejam despertos” (1651, p. 11).

Hobbes dispensava qualquer Lei Natural ou qualquer autoridade sobrenatural. Ele era abertamente utilitarista. Para o utilitarista, o que importa é a felicidade. Neste caso entende-se por felicidade o prazer e a ausência de dor. Já por infelicidade, a privação do prazer. Vale lembrar que, quem criou um sistema de ética baseado no prazer foi Jonh Stuart Mill.

Freud relacionou o funcionamento do corpo ao mecanicismo do prazer, ou seja, fuga do desprazer. Mas o que é o homem? Como ele pode ser pensado? Ele pode ser pensado para Freud, como princípio do prazer.

Além das várias contribuições de Freud, na construção do edifício do conhecimento, ele fez também relações do corpo e alma, bem como as paixões, a partir das perspectivas da História da Filosofia Moderna. Então, o que marca o advento da produção teórica de Freud? Com Freud, o homem quer o repouso, ou seja, o escoamento. O “pai da psicanálise” ao analisar os estudos realizados anteriormente sobre o principio do prazer, ele o resignifica. O Médico criador da psicanálise identifica a ideia da fuga da dor. 

Vale ressaltar a importância de tratar Freud como texto, ao estudar a Filosofia da Psicanálise, segundo o professor, Francisco Bocca. Um fator importante é que ele busca superar o estruturalismo. Também, é importante identificar o lugar que Freud ocupou na História da Ciência, da Filosofia e da Psicologia.


Resenha sobre o vídeo: Freud, Hobbes e o destino corpo político.



Autor: Vladimir Safatley, disponibilizado na página: http://www.especializacao.aperfeicoamento.ufes.br/course/view.php?id=288. 

Introdução: A resenha do vídeo, referente à palestra, do professor Vladimir Safatley, visa atender o pré-requisito parcial para aprovação na disciplina, Freud como Teórico da Modernidade Bloqueada, pertinente ao curso de nível de Especialização em Filosofia e Psicanálise, pela UFES.  

O vídeo tem duração de aproximadamente: 1h12min. Foi realizado na UFES, que está localizada em Vitória, ES.

Resumo: É importante ressaltar que o objetivo do palestrante não era simplesmente a de fazer abordagens, nos aspectos de Filosofia e Psicanálise. Mas, sim, de apresentar uma introdução, onde a proposta é fazer uma reflexão entre Psicanálise e Teoria Social, com algumas questões filosóficas de fundo.

Para isso, o Palestrante, fez o uso dos recursos dos ensinamentos de Freud e Hoobes, visando sistematização do pensamento sobre o destino do corpo político. Na oportunidade falou sobre o comportamento social, ligada a psicologia do sujeito.

Neste contexto, ele citou Max Weber, (A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo), desenvolvido pelo Calvinismo. Aqui é importante ter em mente, que esta obra é uma defesa aberta ao capitalismo.

Vale destacar que Freud compreende a vida social a partir do desenvolvimento progressivo de três grandes visões de mundo: a animista, a religiosa e a científica. Cada uma se equivaleria, de uma maneira aproximativa, a momentos de desenvolvimento subjetivo. Elas se organizam como correspondente de uma processo de maturação subjetivo que vai na direção:
 
1 – ao narcisismo primário, com seus processos projetivos;
2 – Posteriormente, a experiência do desamparo, com a internalização da Lei Social através da constituição de uma instância moral de observação (o supereu) internalização pelos sujeitos;
3 – Por fim, ao esboço de realização de expectativas emancipatórias.

Já no que diz respeito à análise do político, esta perspectiva freudiana nos exige deslocarmos o foco da análise, das regras que pretensamente estrutura a vida social às fantasias que realmente sustentam tais regras. Portanto, não é por outra razão que o ponto cego de nossas teorias da democracia é uma teoria de liderança, ou ainda, uma teoria de como periodicamente caímos em lideranças capazes de reduzir o político à mobilização libidinal do medo, do desamparo e de demandas fantasmáticas de segurança.

Para Freud, o amadurecimento da espécie humana exige um gradual abandono da religião e a substituição por um modo mais adulto de lidar com instintos destrutivos: a razão, à qual a religião se opõe claramente. Ao instituir um Pai transcendente que castiga quem transgride os tabus, a religião garantiu o mínimo de paz e convivência necessárias à produção do conforto e segurança que a civilização oferece.

Freud dizia que Deus era fruto do nosso sentimento de culpa por termos matado um pai primordial.  Será qual contexto que o levou a sistematizar seu pensamento por este ângulo? A religião seria fruto de um parricídio, do homem tentando expiar a culpa criando um Deus para cultuar.

Conclui-se com este vídeo o quanto é importante Freud para o desenvolvimento do pensamento da humanidade. É essencial para quem quer construir o edifício do conhecimento, voltado para a Psicanálise, Psicologia, Filosofia e outras áreas ligadas às questões mentais.

A POLÍTICA FREUDIANA

 Autor: Ademilson Marques de Oliveira

Ao refletirmos sobre a política freudiana, o criador da psicanálise, algumas características, ligada ao espírito da época merecem ser relembrados, considerando que Freud viveu entre os anos de 1856 a 1939.  Então, pergunta-se: qual é a origem familiar de Freud? Quais os principais eventos que aconteciam no mundo naquela época? Em que ele é formado? Quando e como surgiu a psicanálise? Qual a contribuição da política em Freud?

Segundo a historiografia, Freud é nascido de família judaica em Freiberg (na Morávia). Porém, sua família muda-se para Viena em busca de melhor qualidade de vida. Lá os judeus tinham melhor aceitação social. Nesta época Freud tinha apenas quatro anos. Vale destacar que diversos acontecimentos aconteciam do mundo afora, mas alguns merecem destaque, tais como: a “Primeira Guerra Mundial” e o início da “Segunda Guerra Mundial”, além da forte perseguição de Adolf Hitler, aos judeus.

Freud formou-se em Medicina em 1881, através da Universidade de Viena, e, posteriormente, especializou-se em Neurologia; Também, é considerado importante Psicólogo Austríaco. Além de lhe ser atribuído o título de criador, ou seja, o pai da Psicanálise.

Por volta do ano de 1895, Freud, juntamente com um amigo, por nome de Josef Breuer, publicaram um estudo sobre histerismo, (histerismo é um forte descontrole emocional), sustentando que o sujeito histérico, em estado hipnótico, volta à origem do trauma, iluminando aqueles pontos que geraram a doença durante sua vida e que estão ocultos em suas profundezas, percebem assim a causa do mal e, em uma espécie de cartase, se liberta do distúrbio. É assim que tem início a Teoria Psicanalítica, que depois Freud desenvolveria em escritos como Totem e tabu (1913), Para além do princípio e do prazer (1920), O Ego e o Id (1923), Casos clínicos (1924), Psicologia das massas e análise do ego (1921), Futuro de uma ilusão (1927), etc.

Mas, afinal de contas, qual reflexão pode-se fazer em relação a política freudiana? Talvez, sejam várias. Porém, para ilustrar um pouco esta problemática, basearemos nas ideias do professor Vladimir Saflate.

Saflate, na obra, Freud com Teórico da Modernidade Bloqueada, UFES, 2017, diz que, para o Pai da Psicanálise:

"Nossa modernidade não é desencantada, mas, de uma maneira peculiar, continua fundamentalmente vinculada à secularização de uma certa visão religiosa de mundo.

Vivemos em uma modernidade bloqueada porque os campos da política, da organização familiar, dos processos de constituição da subjetividade e da reprodução da vida material ainda se organizariam a partir de noções de autoridade, de culpabilidade, de providência, de soberania e de necessidade claramente geradas no interior de práticas e instituições próprias a uma visão religiosa de mundo. Este núcleo teológico-político seria facilmente encontrável na maneira com que constituímos representações de autoridade a partir de expectativas de segurança e proteção, cuja matriz viria de experiências infantis. Ao falar, por exemplo, que a autoridade paterna na família burguesa fornece o quadro explicativo para a compreensão das disposições de conduta presentes em práticas religiosas, Freud não quer simplesmente dizer que a religião não passa de projeção de conflitos familiares. Ele quer dizer que a família burguesa, pilar dos processos de socialização de sujeitos modernos desencantados, é estruturalmente dependente de configurações ético-religiosas. Ou seja, Freud quer insistir que nossas sociedades não são desencantadas, mas fundamentadas em uma estrutura teológico-política peculiar".

Fontes:

REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia – Do Romantismo até nossos dias. Vol. 3. 8ª ed. São Paulo: Paulus, 2007.

SAFATLE, Vladimir. Freud como Teórico da Modernidade Bloqueada. Vitória, UFES, 2017.

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2178-700X2012000100007. Acessado em: 23/11/2017.

A TEORIA DO PROGRESSO EM FREUD

 Autor: Ademilson Marques de Oliveira

Sigmund Freud é uma referência fundamental para a compreensão da modernidade e seus impasses. Será o que Freud refere em relação à Teoria do Progresso?

Ao fazermos um paralelismo profundo entre mental e social, talvez, poderemos encontrar elementos suficientes para esta reflexão.

Neste contexto, entende-se que o sujeito é um conjunto de competências e habilidades adquiridas ao longo da vida, por meio de diversas formas de interação, através do relacionamento com a natureza, com o mundo e consigo mesmo, ou seja, o processo acontece influenciado pelo meio.

Dessa forma, a teoria do Freud coloca o sujeito, na condição de um ser em construção, sujeito a imperfeições. Por outro lado, é desenvolvido no sujeito, no aspecto social, personalidades psíquicas e patológicas.

 Vale ressaltar que, neste processo, o comportamento do sujeito se dá por uma via de mão dupla. Ele é influenciado, mas, também influencia seus costumes, mitos, crenças, desejos e motivações.

Assim, no processo moderno, a teoria Freudiana classifica o sujeito como um ser em evolução passível de imperfeições e socialmente com personalidades psíquicas e patológicas.

Vale lembrar que para Freud, a culpa desenvolveu papel importante na sociedade. Entretanto, ele dá a entender que teríamos um futuro duvidoso. Isso fica visível, quando ele fala sobre o "futuro de uma ilusão". Qual seria essa ilusão?

Em, “O Futuro de uma Ilusão”, Freud admite a ideia de que a religião foi um importante instrumento civilizador. Ela permitiu reprimir os instintos mais destrutivos que impossibilitariam a vida em sociedade. A civilização, a vida em sociedade, para Freud, é a única esperança de sobrevivência do animal humano que é frágil demais diante de uma natureza ameaçadora e impiedosa. Tal como acontece com o amadurecimento individual, a humanidade precisou reprimir os instintos destrutivos para poder se desenvolver inicialmente.

 A repressão, porém, é um modo frágil de lidar com impulsos indesejáveis, pois eles voltarão de alguma maneira, sob a forma de neuroses ou outro tipo de psicopatologia. É por isso que, embora a religião tenha sido fundamental na infância da humanidade, ao reprimir instintos antissociais, aos poucos esse instrumento vai se mostrando ineficaz e gerando outros problemas.

 Para Freud, o amadurecimento da espécie humana exige um gradual abandono da religião e a substituição por um modo mais adulto de lidar com instintos destrutivos: a razão, à qual a religião se opõe claramente. Ao instituir um Pai transcendente que castiga quem transgride os tabus, a religião garantiu o mínimo de paz e convivência necessárias à produção do conforto e segurança que a civilização oferece.

Freud dizia que Deus era fruto do nosso sentimento de culpa por termos matado um pai primordial.  Será qual contexto que o levou a sistematizar seu pensamento por este ângulo? A religião seria fruto de um parricídio, do homem tentando expiar a culpa criando um Deus para cultuar.

Pelo que lembro, além de não haver qualquer prova antropológica de um pai primordial morto pelos filhos, psicanaliticamente poderíamos perguntar que pai na verdade Freud queria matar. Será quem foi o pai de Freud? Como ele era com o Pai da Psicanálise? E com seus irmãos? Talvez, Freud não tinha um bom relacionamento com o seu pai, e, isso possa ter influenciado em sua teoria.

Fontes:

FREUD, Sigmund. A psicologia das massas e a análise do eu, Frankfurt, Fischer, 1999.
_____________. (1930) O Mal-Estar na Civilização. Vol. XXI.
_____________. (1929) O Futuro de Uma Ilusão. Vol. XXI.
SAFATLE, Vladimir. Freud como Teórico da Modernidade Bloqueada. Vitória, UFES, 2017

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

A Filiação de Freud ao Estatuto das Ciências Naturais

Autor: Ademilson Marques de Oliveira

Ao abordarmos as ideias do fundador da psicanálise, algumas características, ligada ao espírito da época merecem ser relembrados, considerando que Freud viveu entre os anos de 1856 a 1939. Então, pergunta-se: qual é a origem familiar de Freud? Quais os principais eventos que aconteciam no mundo naquela época? Em que ele é formado? Quando e como surgiu a psicanálise? Como se deu a filiação de Freud ao estatuto das ciências naturais, bem como a articulação entre enfoque quantitativo e qualitativo que o aparelho neurológico demanda?

Segundo a historiografia, Freud é nascido de família judaica em Freiberg (na Morávia). Porém, sua família muda-se para Viena em busca de melhor qualidade de vida. Lá os judeus tinham melhor aceitação social. Nesta época Freud tinha apenas quatro anos. Vale destacar que diversos acontecimentos aconteciam do mundo afora, mas alguns merecem destaque, tais como: a “Primeira Guerra Mundial” e o início da “Segunda Guerra Mundial”, além da forte perseguição de Adolf Hitler, aos judeus.

Freud formou-se em Medicina em 1881, através da Universidade de Viena, e, posteriormente, especializou-se em Neurologia; Também, é considerado importante Psicólogo Austríaco. Além de lhe ser atribuído o título de criador, ou seja, o pai da Psicanálise.

Por volta do ano de 1895, Freud, juntamente com um amigo, por nome de Josef Breuer, publicaram um estudo sobre histerismo, (histerismo é um forte descontrole emocional), sustentando que o sujeito histérico, em estado hipnótico, volta à origem do trauma, iluminando aqueles pontos que geraram a doença durante sua vida e que estão ocultos em suas profundezas, percebem assim a causa do mal e, em uma espécie de cartase, se liberta do distúrbio. É assim que tem início a Teoria Psicanalítica, que depois Freud desenvolveria em escritos como Totem e tabu (1913), Para além do princípio e do prazer (1920), O Ego e o Id (1923), Casos clínicos (1924), Psicologia das massas e análise do ego (1921), Futuro de uma ilusão (1927), etc. Talvez, seja devido a essa história de vida, que possibilitou a filiação de Freud, ao estatuto das Ciências Naturais.

Portanto, Freud apresentou um projeto, onde se buscava apresentar os processos psíquicos como estados quantitativamente determinados de partes materiais capazes de serem especificados.

Dessa forma, Freud admitiu uma relação inicial entre:

- Quantidade (cargas ou impulso) em fluxo;
E neurônios (sistema nervoso) como partículas materiais.
Tal projeto foi, assim, concebido como base no pressuposto moderno de uma lei geral do movimento, lei da inércia, que diferencia a atividade de repouso, o que demandou de início um enfoque da natureza quantitativa (ciência natural), recebendo uma abordagem complementar qualitativa (teoria das paixões), que acompanhou suas considerações acerca, por exemplo, do fenômeno da consciência.

Assim, a simples quantitativa, a despeito da sua importância, não nos forneceria nem justificaria uma motivação ou desígnio no interior do aparelho neurológico (que é concomitantemente psíquico) uma vez que a ênfase posta nas características dos neurônios, nos diferentes sistemas e em suas funções, apenas destacou as quantidades com que ele tem de lidar.

GESTÃO EDUCACIONAL: COMO OS SOFTWARES DE GESTÃO DE PESSOAS PODEM COLABORAR NO PROCESSO MEDIAÇÃO DE CONFLITOS?

  RESUMO O objetivo desse estudo é verificar se os softwares de gestão de pessoas colaboram na mediação de conflitos na gestão educacional. ...